Nessa semana, o Brasil completou cinco meses de CPI. A vacinação começou no Brasil em 18 de janeiro. Em três meses de vacinação, apenas 13,2% da população tinha tomado a primeira dose. Apenas 5,8% das pessoas tinha o esquema vacinal completo. Nesse ritmo, o Brasil levaria um ano e meio até atingir 80% de vacinados com ao menos uma dose, o que aumentaria muito o número de mortes por COVID no país.
Após a instalação da CPI, o ritmo de vacinação se acelerou intensamente, muito por conta das inquirições a personagens como Fabio Wajngarten, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga ainda no começo da CPI, que provaram a morosidade do governo federal na compra de vacinas. Com a aceleração no ritmo da vacinação, chegamos aos cinco meses de CPI com 42,2% da população completamente vacinada e 71,2% da população tendo tomado ao menos uma dose. A CPI fez o governo se mobilizar na compra de vacinas, tendo literalmente salvado vidas.
2) A CPI combateu o negacionismo científico
Nos últimos anos, o discurso bolsonarista anti ciência nunca foi verdadeiramente confrontado. Embora a pandemia tenha trazido para a arena de discussão bons divulgadores científicos, foi na CPI que eles realmente tiveram espaço de se manifestar para o país todo. Foi a CPI que ajudou a separar, para o grande público, o que é discurso negacionista e o que é ciência feita com método, ciência que traz resultados verdadeiros. Nomes como Pedro Hallal, Cláudio Maierovitch é Natália Pasternak trouxeram argumentos muito bem embasados contra o negacionismo que, até então, se espalhava sem contraponto nos grupos de WhatsApp.
Isso ajudou de forma prática no combate à pandemia. O discurso anti vacina, por exemplo, teve muito menos sucesso que o esperado, apesar do forte investimento de Bolsonaro e seus asseclas. No fim, a ciência ajudou a separar o joio do trigo em temas como vacinação e tratamento precoce.
3) A CPI Impediu Corrupção na Compra de Vacinas
O Brasil ia gastar R$ 1,6 bilhão em vacinas superfaturadas da Índia. Ia gastar mais R$ 6 bilhões nas vacinas da CanSino. Ambos os esquemas tinham algo em comum: eram tocados por empresas intermediadoras pouco confiáveis, comandadas por pessoas próximas ao líder do governo Ricardo Barros. A denúncia do deputado Luís Miranda e do seu irmão, o funcionário público Luís Ricardo Miranda, impediu a concretização da compra da Covaxin, uma vacina pouco confiável que não teve aprovação em muitos locais fora da Índia.
Não fosse a CPI, jamais saberíamos desse esquema e estaríamos tomando uma vacina superfaturada. E, de quebra, o fato de que a denúncia de um funcionário público estável impediu a concretização de um esquema de corrupção serviu para boa parte da sociedade e do próprio Congresso entender o absurdo que é a tentativa em andamento do governo federal de promover uma Reforma Administrativa com o intuito de acabar com a estabilidade do servidor público.
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