Crise brasileira não será resolvida sem a participação do povo, defende Paim

Crise brasileira não será resolvida sem a participação do povo, defende Paim

Paim: “O pacto por novas eleições é uma solução para o País e devolve ao povo o direito de opinar e de escolher os chefes da nação”Os senadores Paulo Paim (PT-RS), João Capiberibe (PSB-AP) e Walter Pinheiro (sem partido-BA) assinam, nesta terça-feira (10), artigo em que voltam a defender a realização de eleições diretas, ainda neste ano, para presidente da República, a fim de solucionar a crise política que assola o País.

Para eles, “a crise política e econômica brasileira não será resolvida sem a participação do povo, legítimo detentor do poder nos regimes democráticos”.

A gravidade do momento, segundo os parlamentares, só será superada por atos de grandeza e coragem de nossas lideranças políticas. Por isso, afirmam, “a condução da nação não pode ser feita por apenas um dos membros da chapa eleita nas urnas, agora dividida”. “Devemos dar aos cidadãos a oportunidade de colocar o Brasil novamente nos trilhos”, dizem.

Por isso, defendem a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 20/2016), que pede a realização de eleições diretas para presidente e vice da República no dia 2 de outubro deste ano, juntamente com as eleições municipais. A proposta foi subscrita por 30 senadores.

“O pacto por novas eleições é uma solução para o País e devolve ao povo o direito de opinar e de escolher os chefes da nação”, concluem.

Confira a íntegra do artigo:

Por eleições já!Folha de S. Paulo

A crise política e econômica brasileira não será resolvida sem a participação do povo, legítimo detentor do poder nos regimes democráticos. Essa crise que derrete nossa economia e destrói conquistas alcançadas recentemente é resultado de erros na condução do modelo econômico e de dificuldades de articulação política.

Em abril de 2015, foi designado ao PMDB, com a liderança do vice-presidente Michel Temer, o desafio de melhorar a qualidade da coalizão que governa o Brasil. Temer foi escalado para intermediar a relação do Planalto com o Congresso Nacional. A articulação era, naquele momento, a palavra de ordem, como perdura até os dias de hoje.

Mesmo com resistências pontuais, o Congresso não deixou de aprovar nenhuma das medidas do ajuste fiscal que tinham sido apresentadas em 2014, antes mesmo do início do segundo mandato da coalizão. Já em 2015, sob a mesma gestão, o Parlamento foi cobrado a não impedir a retomada do crescimento e respondeu entregando as medidas.

Diante das críticas da base governista e da oposição, o vice-presidente chegou a afirmar, em junho de 2015, que “o ajuste fiscal que o [então ministro da Fazenda Joaquim) Levy está levando adiante, em um primeiro momento, parece uma coisa difícil, complicada, mas que vai dar os melhores resultados”.

O grupo de senadores que apoia este artigo vem apontando, em diversos episódios, os riscos acarretados pela tenebrosa situação em que nos encontramos.

Em agosto do ano passado, a presidente Dilma Rousseff recebeu parte deste grupo de senadores “independentes”. Entregamos na ocasião uma carta com sugestões. Nosso propósito era que o governo reconhecesse seus erros e adotasse nova postura para superar a crise.

Um dos pontos de nossa carta tratava da dificuldade de relação entre os partidos da base governista. Defendíamos no documento que a condução do país deveria ser assumida com uma postura suprapartidária, repactuando a nação. No lugar da disputa entre siglas por cargos e verbas, deveríamos buscar na base a formação de um “partido do Brasil”. Nossas propostas foram bem recebidas, mas nunca foram de fato encampadas pelo Planalto.

Os frutos do desajuste político não demoraram a ser colhidos: a infraestrutura do país em frangalhos, a paralisação de obras, a segurança pública em verdadeiro colapso, a deterioração da saúde, o desemprego crescente e Estados em situação de calamidade financeira.

A gravidade do momento só será superada por atos de grandeza e coragem de nossas lideranças políticas. Por isso, entendemos que a condução da nação não pode ser feita por apenas um dos membros da chapa eleita nas urnas, agora dividida.

O país reclama um novo pacto, que só terá legitimidade com respaldo do voto popular. Devemos dar aos cidadãos a oportunidade de colocar o Brasil novamente nos trilhos.

Nesse sentido, apresentamos à Mesa do Senado Federal a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Nº 20/2016, que pede a realização de eleições diretas para presidente e vice da República no dia 2 de outubro deste ano, juntamente com as eleições municipais. A proposta foi subscrita por 30 senadores.

O pacto por novas eleições é uma solução para o país e devolve ao povo o direito de opinar e de escolher os chefes da nação.

Por eleições já!

JOÃO CAPIBERIBE é senador (PSB) por Amapá

PAULO PAIM é senador (PT) pelo Rio Grande do Sul

WALTER PINHEIRO é senador (sem partido) pela Bahia

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