Humberto criticou, em plenário, onda de desinformação que contrasta com resultados da empresa desde 2003
Humberto: base aliada e governo defendem |
O líder do PT, Humberto Costa (PE), afirmou em discurso na tribuna do Senado, na tarde desta terça-feira (8), que os ataques virulentos da oposição contra a Petrobras, numa verdadeira campanha de desqualificação da imagem da empresa, representam uma investida contra um patrimônio de todos os brasileiros. “Como disse hoje o presidente Lula, vamos fazer o enfrentamento. Todos sabem que a oposição não quer investigar. Quer um palco para o debate político na tentativa de desgastar o governo da presidenta Dilma. Mas estaremos firmes para estabelecer essa separação entre o joio e o trigo”, afirmou.
Humberto disse que o governo e a base aliada defendem uma investigação rigorosa, como a que está sendo feita pela própria empresa, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria-Geral da União (CGU), pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pelo próprio Poder Judiciário. O líder criticou a onda de desinformação criada pela oposição, versões que ganham espaço na imprensa como se a gestão da Petrobras fosse de mal a pior e danosa. “O desempenho da empresa está dissociado desses atos investigados e mostra o grau de eficiência obtido nos governos de Lula e Dilma. As mentiras repetidas pela oposição são um absurdo, não encontram amparo na realidade e isso precisa ser denunciado”, enfatizou.
O senador contestou a cantilena inverídica cantada em verso e prosa pela oposição de que a Petrobras teria perdido seu valor de mercado, de que a empresa teria realizado operações desvantajosas. “Tudo isso é um embuste, um discurso falacioso de quem investe contra o Brasil”, observou. “O fato é que a Petrobras bate sucessivos recordes, de produção de petróleo na camada do pré-sal e no refino.” Em março, por exemplo, a empresa atingiu a marca de 387 mil barris por dia no pré-sal e bateu recorde de produção, marca que evidencia a importância da elevada produtividade dos 22 campos em funcionamento nessa área de exploração. Outro dado que a oposição finge não ver foi conquistado pelo conjunto de refinarias da empresa. Em março, a média de refino atingiu 2.150 mil barris por dia, superando a marca de julho do ano passado que era de 2.140 mil barris por dia.
O lucro líquido do ano passado da Petrobras foi de R$ 23,6 bilhões e em nada se compara aos R$ 8,1 bilhões de 2002, último ano do governo do PSDB na presidência da República. Os números para o desempenho da empresa nos oito anos de Lula e nos três de Dilma são de dar inveja aos opositores. “Esses fatos a oposição não divulga e a imprensa coloca no pé de página dos jornais”, disse o líder. Em aparte, Jorge Viana (PT-AC) lembrou o que disse pela manhã o ex-presidente Lula durante entrevista a blogueiros. Lula deixou claro, disse o senador, que a oposição tenta acertar o “nosso governo” e atinge uma empresa símbolo do Brasil. “Do jeito que as coisas são colocadas, parece que diminuímos a produção, que comprometemos o futuro da empresa. Precisamos separar as coisas. Se a oposição quer investigar, já assinamos o pedido de CPI e queremos que tudo seja esclarecido”, disse Jorge.
O senador acriano lembrou que a própria base do governo propôs a vinda ao Senado da presidenta da empresa, Graça Foster, para falar sobre as acusações feitas pela oposição. “Mas aceitamos, assim como queremos que se investigue um caso concreto de desvio que ocorre há vinte anos, como é o caso do metrô de São Paulo, onde os próprios empresários denunciaram pagamento de propina”, destacou. Viana entende que é muito ruim a oposição, na intenção de criar um ambiente odioso contra o PT, se mostrar danosa ao Brasil. “O PSDB governou por oito anos, tentou fazer da empresa uma gigante do setor. Pensaram em privatizá-la, mudar o nome, mas foi o nosso governo que fez a empresa crescer”, disse. E acrescentou que não permitirá que a investigação se transforme em moeda a ser usada nas eleições, como forma de alavancar campanhas que não crescem.
Ao retomar seu discurso, Humberto salientou a importância da empresa e as novas descobertas realizadas, fruto dos investimentos superiores a R$ 100 bilhões, que consolidam o País como um dos maiores produtores de petróleo do mundo. “Isso é fato, o resto é disputa política”, argumentou o representante de Pernambuco. O líder declarou que há muitas razões escondidas por trás das mentiras contadas pelos autores dos ataques contra a Petrobras, mas nenhuma se sustenta. E citou declaração de um pré-candidato que afirmou, durante encontro fechado, que sua intenção é acabar com o modelo de partilha de produção no pré-sal, cuja essência é reverter a riqueza do pré-sal para a população. “Esse pré-candidato quer o contrário, quer vender a riqueza dos brasileiros”, concluiu.
Marcello Antunes