Cultura

Senado vai debater importância do funk como manifestação cultural

Para Humberto, autor do pedido da audiência sobre o tema, gênero é digno de proteção do poder público
Senado vai debater importância do funk como manifestação cultural

Cidinho e Doca foram dois dos primeiros representantes do funk a fazerem sucesso no país. Ritmo será debatido no Senado. Foto: Ariel Martini/Rock in Rio/

Os versos “eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci” – do ‘Rap da Felicidade’, dos MCs Cidinho e Doca – começaram a ecoar nas rádios há 28 anos, período em que o funk explodiu pelo país. Hoje um movimento cultural consolidado, o ritmo será tema de audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH), a pedido do senador Humberto Costa (PT-PE).

Ao justificar o pedido da audiência pública, o parlamentar afirmou que o ritmo é digno de cuidado e proteção do poder público. O requerimento sobre o tema foi aprovado nesta quarta-feira (3) pela CDH.

O gênero musical, que nasceu da combinação de ritmos negros populares como o soul, jazz e rhythm and blues (R&B), surgiu nos Estados Unidos e chegou ao Brasil na década de 1970. Por aqui, explodiu primeiro nas favelas do Rio de Janeiro para tomar o país anos depois. Hoje, o funk forma artistas famosos em todas as regiões brasileiras, como a pernambucana MC Loma, mas a realidade da maioria é de falta de reconhecimento.

“O funk deve ser reconhecido perante a lei como manifestação da cultura popular, bem como seus artistas precisam ser vistos como agentes da cultura popular e que devem ter seus direitos respeitados e assegurados”, explica Humberto Costa.

De acordo com o senador, o poder público deve fornecer aos cidadãos os meios e serviços essenciais para se efetivar o direito a esta fruição cultural. Entre eles, segurança, meios de transporte, condições ambientais e de saúde pública, além de zelar efetivamente pelo funk como bem cultural imaterial.

“O movimento funk constitui-se em atividade de lazer e cultura popular, razão pela qual devemos discutir essa importante manifestação cultural”, justificou o senador.

O ritmo já faz parte do gosto cultural de boa parte dos brasileiros. Até mesmo do presidente Lula: em 2017, durante entrevista à Rádio Brasil Atual, o ‘Rap da Felicidade’ foi a música escolhida para encerrar o programa.

A data da audiência ainda será agendada pela CDH.

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