Desde que foi lançado por Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro ano de seu mandato (2003), o Programa Cisternas não construía tão poucos equipamentos como neste último quadrante de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Após quatro anos de desidratação dos investimentos federais, o programa entregou apenas 18 cisternas em junho, aponta o colunista Carlos Madeiro no portal UOL.
Conforme o jornalista, o número de equipamentos entregues vem caindo a cada semestre desde 2018. Naquele ano, começava o desmonte de políticas públicas essenciais imposto pela regra do teto de gastos implementada por Michel Temer.
Com Bolsonaro, os valores previstos sequer são executados integralmente. Em 2020, apenas R$ 2,5 milhões foram executados, de uma destinação de R$ 74,7 milhões. Neste ano, até o último dia 21, apenas R$ 160 mil foram executados.
Nos últimos meses, o desgoverno Bolsonaro tem executado apenas contratos antigos ou feito cisternas com verbas destinadas por emendas parlamentares. O resultado: entre janeiro de 2019 e junho deste ano, o desgoverno Bolsonaro entregou 37,6 mil cisternas.
Para efeito de comparação, apenas em 2014, sob Dilma Rousseff, foram entregues três vezes mais cisternas (149 mil). Em 13 anos de governos do PT, 5 milhões de pessoas foram beneficiadas com 1,3 milhão de reservatórios, entre cisternas para consumo humano, para produção agrícola e escolares.
E se depender do futuro ex-presidente, a situação vai piorar em 2023. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado por Bolsonaro ao Congresso prevê um orçamento de R$ 2.283.326 para o programa no próximo ano.
O valor pagaria menos de 500 equipamentos —que custam em média R$ 5.000, entre mão de obra e material. A Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), que congrega mais de 3 mil entidades, estima um déficit de 350 mil equipamentos na região.