Ao som de “Marisa presente!”, a abertura do “6º Congresso Nacional do PT – Marisa Letícia Lula da Silva” , na noite desta quinta-feira (1º), homenageou a ex-primeira dama e reforçou a necessidade da união e fortalecimento do Partido dos Trabalhadores para enfrentar o momento de retrocessos e ataques aos direitos da classe trabalhadora.
A cada fala, o orgulho petista brilhava no olhar de cada uma das mais de 1,2 mil pessoas que assistiam à cerimônia no salão principal do Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília (DF).
A unidade do partido em torno nas principais bandeiras de lutas do momento atual foi destaque da fala da líder do PT no Senado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
“Todos aqui são ‘ Fora Temer’, ‘ Diretas Já’, não ao colégio eleitoral. Todos são contra as reformas e temos clareza disso, porque não é possível um acordo com quem rasgou o Pacto Constitucional de 88 e retirou uma presidenta legítima”, afirmou.
De acordo com a senadora, o PT tem uma imensa responsabilidade com o Brasil.
“Pessoas estão colocando suas esperanças no PT, um partido comprometido com a radicalização da democracia, com o empoderamento da militância e das forças progressistas. Com o PT para resgatar a esperança do povo brasileiro!”, afirmou.
A líder também fez questão de convidar o também senador Lindbergh Farias (PT-RJ) para compor a mesa.
“Eu e o senador estamos disputando a presidência do PT, mas, antes de tudo, somos companheiros e trilhamos um caminho e uma luta pelo Partido dos Trabalhadores. Estamos juntos pelo PT e pelo Brasil”, destacou.
O líder do PT na Câmara, deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), garantiu que o 58 deputados petistas têm orgulho de representar o PT, a militância e o povo brasileiro na Câmara.
“Nossa bancada quer trazer a vocês neste Congresso democrático e representativo da pátria petista que estamos firmes e unidos na luta pelas Diretas Já!”, diz o parlamentar, para quem é necessário aprofundar essa bandeira com a antecipação das eleições gerais para 2017.
“Vamos atender o que o povo quer, a reorganização do sistema democrático brasileiro. Diretas Já agora e a nossa luta é a democracia de volta para o Brasil”, finalizou.
Governadores petistas também participaram da abertura do 6º Congresso. Wellington Dias, do Acre, afirmou que “quem apostou que poderia derrotar este partido com calúnias, difamação, mentiras, com golpe, apostou errado”. “Nós somos um partido forte e vamos sair ainda mais fortes!”
Já o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ressaltou que seu estado continua a Minas dos inconfidentes, rebelde, que luta pela liberdade e pela democracia.
“De lá, virá sempre o exemplo da Minas que luta para mostrar que o Brasil é o caminho da liberdade que nós buscamos e que vamos construir juntos. Que este Congresso seja mais um passo rumo ao Brasil que nós sonhamos. Vamos retomar o Brasil, que ele é do povo”, convocou.
Compondo a mesa, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, fez uma saudação especial à Juventude do PT.
“Trago a saudação dos estudantes brasileiros a este Congresso do PT em um momento difícil e triste que a gente vive na política brasileira.”
Para Carina, é exatamente neste momento de golpe e retrocessos de direitos que instituições como a UNE, os movimentos sociais e o PT precisam estar firmes, fortes e organizados “para enfrentar esta dura baralha”.
A dirigente estudantil lembrou que foi nos governos do PT que a composição social da universidade foi modificada, incorporando negros, pobres e indígenas aos bancos universitários.
Em nome do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Alexandre Conceição dedicou sua fala à guerreira Marisa Letícia, “a estrela que nos deixou, essa companheira que com Lula ajudou a construir o PT”.
Conceição reforçou a importância do debate político no Congresso, e lembrou da força social que vem construindo há dois anos a Frente Brasil Popular.
“Nós vamos debater com toda a base social do Brasil e estamos nas ruas enfrentando, com muita dificuldade, mas com muita animação, o golpe. Não existe mediação com a burguesia. O Brasil só terá jeito quando a gente retomar a democracia e quando a gente tiver direito de votar”, reforçou.
Para isso, defendeu o coordenador nacional do MST, o 6º Congresso do PT precisa ter unidade, luta política e defender o Fora Temer, as Diretas Já e o Lula presidente.
“Primeiramente, Fora Temer e Volta Querida.” Foi assim que o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas iniciou sua fala na mesa de abertura do 6º Congresso do PT.
“É exatamente o momento que a sociedade brasileira mais precisa do PT”.
Freitas recordou que o Partido dos Trabalhadores é a construção da classe trabalhadora e surgiu da rua, do enfrentamento às classes dominantes, surgiu para construir o socialismo e uma sociedade pautada no ideal da classe trabalhadora.
“E é exatamente esse o debate que temos que fazer no Brasil. Aqueles que são contra tudo isso não conseguem enfrentar o PT, o presidente Lula, os movimentos sociais”, afirmou.
O golpe, segundo ele, tem o recado de acabar com Lula, com Dilma e acabar com os interesses da classe trabalhadora.
“Temos que nos colocar absolutamente ao lado do povo, para fazer o que o PT sempre fez, enfrentar os golpistas. Fizemos a maior greve geral da nossa história no dia 28, a maior marcha a Brasília, com 200 mil pessoas”, declarou.
Rui Falcão, que encerra seu mandato neste sábado (3), citou o presidente sul-africano Nelson Mandela para reafirmar a necessidade de esperança neste momento.
“Disse Mandela: ‘a esperança é uma arma poderosa, e nenhum poder do mundo pode tirá-la de nós’. Digo eu: É ela que nos anima, nos entusiasma, nos conduz à luta e pode nos levar à vitória.”
A presidenta Dilma Rousseff denunciou a perseguição jurídica e midiática que busca inviabilizar uma candidatura de Lula à Presidência da República. Ela defendeu a realização de eleições diretas, a democratização dos meios de comunicação e uma constituinte para promover as reformas e retomar a democracia no Brasil.
Em sua fala durante a abertura, o ex-presidente Lula afirmou que “o preconceito não é nosso, o ódio não vem de baixo, o ódio vem de cima porque eles não querem que a gente suba nem um degrau na escala social. Agora eles não querem nem que a gente ganhe salário no campo, querem que a gente trabalhe a troco da comida!”