As 70 mil pessoas que foram às ruas de São Paulo, na tarde da última sexta-feira (31), somadas às centenas de milhares de manifestantes em todo o Brasil, deram o indicativo de que o “abril vermelho”, que culminará na greve geral do dia 28 de abril, será de intensa resistência ao golpe e aos ataques aos direitos da classe trabalhadora.
O Dia Nacional de Mobilizações provocou ações em todos os estados e capitais brasileras. As manifestações mostraram mais uma vez de modo eloquente a insatisfação popular com as reformas da Previdência e trabalhista, além da terceirização perversa e sem limites aprovada recentemente por um truque da Câmara dos Deputados.
Em São Paulo, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, afirmou que a Greve Geral “já é uma realidade” e que o “abril vermelho” irá “enterrar” as reformas de Temer. Para ele, o fato da terceirização ilimitada ter sido sancionada pelo ilegítimo Michel Temer no dia de hoje, em meio a tantos protestos, pode ser entendido como uma provocação, mas “isso só vai servir para reforçar ainda mais a disposição de luta dos trabalhadores e trabalhadoras”.
“Michel Temer quer nos impedir de nos aposentarmos, mas ele se aposentou com 50 anos. Eu vou mandar um recado aos deputados e senadores: — Nós vamos derrubar o Temer ainda neste ano. E vocês vão cair junto, pois quem votar com o Temer, não vai se eleger em 2018. Nós vamos às casas de vocês protestar, nós vamos aos aeroportos e também vamos avisar a base de vocês”, afirmou o presidente CUTista.
Para o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, o ato foi uma demonstração de força e unidade dos movimentos sindical e sociais. “Hoje, nas ruas, a classe trabalhadora mostrou que rejeita esse governo e suas reformas. Não permitiremos a retirada de nossos direitos. Rumo à greve geral e o nosso ‘abril vermelho’ vai parar o Brasil. É um processo histórico.”
Ainda durante a manifestação, a presidenta do Sindicato dos Bancários de SP, Juvândia Moreira, denunciou a tentativa de criação de um sindicato de terceirizados ligados à Força Sindical. “Isso é um absurdo, é uma tentativa de desmobilizar a classe trabalhadora e se aproveitando de um projeto esdrúxulo que acaba com os direitos trabalhistas”, afirmou a bancária.
Agência CUT/Igor Carvalho