O Equador poderá ser o próximo país a integrar o Mercosul. O primeiro passo para sua inclusão no bloco deverá ocorrer até dia 15 de setembro, data limite para a reunião do grupo de trabalho que irá analisar os estudos preliminares para a adesão. O processo de incorporação segue várias etapas, desde a análise de adequação do novo membro ao bloco até a submissão do pedido ao parlamento do país.
O primeiro passo foi dado pelo presidente do Equador, Rafael Correa, em dezembro do ano passado, em Montevidéu, no Uruguai, durante a Cúpula do Mercosul. Correa conversou com as presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina), e com os presidentes José Pepe Mujica (Uruguai) e Fernando Lugo (Paraguai), então presidente do Paraguai.
Não há prazo definido para as articulações que poderão culminar com a adesão formal do Equador ao Mercosul. O processo que oficializou a Venezuela como novo país-membro, concretizado na última terça-feira (31/07), tramitou durante seis anos. A demora, no caso, se deu por causa da oposição do Senado paraguaio, principal responsável pelo impeachment relâmpago que, em junho passado, destituiu Fernando Lugo. A quebra da ordem política levou os demais países a suspender o Paraguai como sócio do Mercosul. Livre do empecilho, os demais sócios fundadores do bloco – Brasil, Argentina e Uruguai – aprovaram por unanimidade a inclusão da Venezuela. O mesmo Paraguai, diga-se, por reconhecer Taiwan – e não a China continental – tem emperrado avanços nas negociações travadas entre técnicos e diplomatas sul-americanos e chineses.
Para integrar-se ao Mercosul, o Equador precisa, em paralelo, compatibilizar sua participação na Comunidade Andina das Nações (CAN), bloco que acabou de assumir a presidência temporária. Segundo diplomatas, as questões técnicas têm solução e não devem ser um empecilho.
Efeitos imediatos na Venezuela
Segundo a Agência Brasil, o ingresso da Venezuela, além de animar a indústria dos demais países do bloco, levou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a anunciar várias medidas de incentivo para a indústria local e para obras de infraestrutura destinadas a modernizar as estradas e as ferrovias. Chávez anunciou, ainda, a construção de uma usina de energia.
De acordo com a agência de informações públicas da Venezuela, o objetivo de tais medidas é unir forças entre os setores público e privado para assegurar avanços na economia. Chávez disse, em discurso, que a Venezuela precisa diversificar sua produção com a instalação de fábricas de vidro e alumínio. Segundo ele, em breve serão exportados para o Brasil produtos como recipientes de vidro.
(Com informações da Agência Brasil e a Agência Venezuelana de Notícias)