Adiada novamente leitura do relatório final da CPMI do Cachoeira

Deputado Odair Cunha (PT-MG) pede tempo para negociar um texto de consenso com demais integrantes da CPMI.

Para buscar um texto que alcance maior consenso, o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a rede criminosa do contraventor Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu, nesta quinta-feira (22/11), o adiamento da leitura de seu relatório. O pedido foi aceito pelo presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), agendando a leitura para a próxima quarta-feira (28/11). “Estou dialogando com nossos pares sobre o conteúdo do relatório e quero ultimar os esforços necessários de um diálogo possível”, explicou Cunha. 

Parlamentares de oposição criticaram a postergação, utilizando o pedido do deputado do PT para rebaixar seu texto. Para esses parlamentares, que fingem desconhecer as provas reunidas pela CPMI, Odair Cunha dedicou-se preservar os aliados do governo e a atacar os desafetos.

O vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), saiu em defesa do relator. “O adiamento não tem nada a ver com insegurança; tem a ver com a procura pelo consenso”, afirmou.

Relatório paralelo
Desde o início da semana, parlamentares de oposição anunciam que apresentariam um relatório paralelo ao que será apresentado na semana que vem. Eles dizem que vão ao Ministério Público Federal protocolar uma representação, pedindo a abertura de inquéritos para investigar pessoas que ficaram de fora da responsabilização criminal. Esses parlamentares condoeram-se, principalmente com o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja, e com o encaminhamento ao Conselho Nacional do Ministério Público para que analise a conduta do procurador-geral da Republica, Roberto Gurgel, para que ele explique porque reteve informações de inquéritos da Polícia Federal da operação Vegas por quase dois anos.

Esses inquéritos incriminavam Carlos Cachoeira e o ex-senador Demóstenes Torres, cassado em julho passado. Em inúmeras gravações, o nome do procurador é citado como contato do ex-senador nas articulações criminosas do contraventor.

A oposição também questiona o fato de não haver pedido para que houvesse mais investigações a respeito dos governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Siqueira Campos (PSDB-TO), que não são citados no relatório de Cunha.

O relatório foi entregue na madrugada de segunda para terça-feira à comissão. Na sessão de quarta-feira, (21/11) o texto foi formalmente apresentado aos integrantes da comissão e a leitura foi marcada para esta quinta-feira (22/11) para que os parlamentares tivessem o tempo regimental de 24h para ler o relatório.

Os integrantes da CPI têm até o dia 22 de dezembro para analisar o relatório de Cunha, fazer alterações e votá-lo.

Giselle Chassot

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