Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro de sexta-feira (02/12), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, falou, entre outros assuntos, da Copa 2014, das Olimpíadas de 2016 e da importância de uma política de esporte na escola. Leia abaixo trechos da entrevista, editada pelo Em Questão.
Copa – Estádios
São 12 sedes, verifiquei a situação de cada estádio. O estádio do Corinthians (São Paulo) está com o cronograma em dia. As obras de mobilidade em São Paulo também já estavam previstas. Estamos com a Copa do Mundo dentro do prazo. Teremos condições de realizar as obras. O Estádio Castelão (Fortaleza) é aquele cujas obras estão adiantadas em relação ao cronograma, já acolhe uma série de atividades do governo do Ceará.
A Arena Fonte Nova (Salvador) tem, dentro do cronograma previsto, cumprido as expectativas. Curitiba é uma cidade de vanguarda em relação ao tema da mobilidade urbana e temos condições não só de ter o estádio, a Arena da Baixada como também ajudar nas obras de mobilidade. O calendário do estádio que acolherá a Copa do Mundo em Pernambuco está com o cronograma atualizado. Temos segurança de que as obras estarão em dia para a Copa do Mundo. Principalmente as dos estádios.
Fifa
O Comitê Organizador Local e a Fifa são os dois principais organizadores da Copa do Mundo. Temos a atitude de cooperar. Houve alguma diferença em relação à meia-entrada para estudantes e idosos. Há um compromisso anunciado pela Fifa, de destinar uma parcela dos ingressos ao preço de US$ 25. Para a média do Brasil, já é um preço acessível, para a população pobre, ainda é elevado. Eu reivindiquei, junto à Fifa e ao Comitê Local, que haja uma parcela de ingressos destinada à população de baixa renda, os beneficiários da Bolsa-Família, não podemos deixar essa população de fora. Não tem sentido você fazer uma Copa do Mundo em Manaus e não dar acesso às populações indígenas.
Transparência
Temos um acordo com o Tribunal de Contas da União, de oferecer, mensalmente, todos os dados atualizados sobre investimentos e gastos na Copa do Mundo. Tem um portal da Copa. Todas essas informações estão disponíveis para a população e, também, para a imprensa. Muitas vezes, dependemos que as despesas sejam emitidas por outros entes que não o governo federal. As obras de mobilidade, uma parte delas é de responsabilidade dos governos estaduais, outra, das prefeituras.
Aeroportos e mobilidade
O Brasil já tem que suportar uma demanda por serviços de transporte aéreo superior à sua capacidade. Isso é o resultado da melhoria da renda de uma parcela da população brasileira. Estão previstos investimentos em todos os aeroportos. Grandes eventos, o Brasil já faz. O carnaval do Rio de Janeiro mobiliza mais turistas do que teremos na Copa do Mundo. Salvador, Recife e Olinda já acolhem, durante os carnavais, uma presença muito maior.
As obras de mobilidade urbana, metrô, vias de acesso, são para todas as cidades brasileiras. Parte delas estará pronta para 2014, outras para 2016 e outras até antes da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Fazem parte ou do legado ou daquilo que a própria população das regiões metropolitanas do Brasil precisa para o seu conforto e bem-estar.
Olimpíadas 2016
Com as medidas que estão sendo adotadas pelo governo brasileiro e o Comitê Olímpico Brasileiro, com a participação de instituições como universidades e Forças Armadas, acho que temos condições de fazermos, em Londres, uma prévia desse esforço. E de preparar uma geração para um alto desempenho olímpico em 2016, no Rio de Janeiro. Temos que passar por testes que antecedem as Olimpíadas de 2016, como os Jogos Pan-Americanos e os Parapan, os Jogos Mundiais Militares e as Olimpíadas de Londres.
Atletas paralímpicos
Em Guadalajara, foi o primeiro pódio que o Brasil ocupou em jogos realizados fora do Brasil. Ficamos em primeiro lugar, conseguimos superar a principal potência paralímpica, que são os Estados Unidos, e acho que isso demonstra o esforço que foi feito em apoiar e proteger esses esportistas e o esforço, também, dos próprios atletas.
Esporte na escola
O principal desafio do ministério é dotar o País de uma política nacional de esporte que tenha como centro de referência a escola. É a grande mudança que pretendo fazer. Você pode ter outras referências, as universidades, os clubes, mas o esporte educacional é aquele que faz a primeira grande peneira para o esporte de alto rendimento. Precisamos mudar, porque foi com base na política de esporte na escola que Rússia, Cuba, Estados Unidos e outros países alcançaram determinado êxito.
Bolsa-Atleta
O Bolsa-Atleta é um programa único no mundo, de auxílio direto. Muitas vezes os patrocinadores só chegam ao atleta depois que ele já conquistou uma medalha. O estado, então, tem que ir buscar o atleta que ainda não tem patrocínio, que a família não pode apoiá-lo. Essas medidas nos ajudarão a preparar 2016.
Em Questão
Agência Brasil
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