Lindbergh: Está tudo lá, escrito no programa Ponte para o FuroOs ânimos estão à flor da pele entre os aliados do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sócios do golpe, precisamente os senadores do PSDB, Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Na manhã desta sexta-feira (6), na abertura dos trabalhos da comissão especial de impeachment, Cunha Lima apresentou uma questão de ordem para pedir investigação contra uma postagem na página do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) na rede social Facebook, apontando a estratégia de retirada de direitos trabalhistas apoiada por Aécio Neves (PSDB-SP).
“Quem fez isso contra Aécio Neves deve ser responsabilizado”, reclamou Cunha Lima, o Cássio. “Isso é uma infâmia! [Lindbergh] vai responder no Conselho de Ética”, vociferou Aloysio Nunes. Em seu destempero contumaz, Aloyzio sequer permitia que Lindbergh respondesse a Cunha Lima, gritando ao microfone durante a fala do petista.
Lindbergh, porém, mostrou ao plenário da comissão o documento Ponte para o Futuro, apoiado de A a Z pelo PSDB, que defende claramente a retirada de direitos dos trabalhadores, o fim da política de valorização do salário mínimo e acelera a terceirização dos vínculos trabalhistas nas atividades-fim. Uma proposta que coloca, numa tacada só, 36 milhões de pessoas de volta à pobreza e miséria extrema.
“Isso sim [a retirada de direitos] é infâmia!”, devolveu Lindbergh. “Ninguém jamais seria eleito neste País com um programa como esse apresentado pelo PMDB e defendido pelo PSDB. E eles sabem disso, é por isso que estão armando este golpe contra a presidenta Dilma”.
Os nervos da oposição estão muito exaltados, por mais que a comissão especial do impeachment consiga aprovar o relatório do senador Antônio Anastasia, porque a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de afastar Eduardo Cunha, acendeu uma luz amarela para os golpistas.
Se os atos de vingança e desvio de poder de Eduardo Cunha forem anulados, a estratégia dos golpistas vai, como se diz, para o vinagre. E a estratégia de provocar Lindbergh é essa. Querem um motivo, um fato.
Até o fluxo de veículos que segue para o Palácio do Jaburu, o quartel-general do golpe arquitetado por Michel Temer, caiu após o afastamento de Eduardo Cunha.
O que Cunha Lima, o Cássio, Aloysio Nunes e os demais tucanos não querem é ver o STF derrubar a denúncia contra Dilma. Quem financiou a denúncia foi o PSDB e é assinada por advogado do PSDB.
Marcello Antunes