Alunos do Bolsa Família são os mais bem avaliados no Ideb

Escolas com notas altas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica têm maioria dos estudantes beneficiários do programa

Alunos beneficiários do Programa Bolsa Família estão entre os melhores do País. Algumas das escolas com as notas mais altas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estão na lista de instituições, cuja maioria de alunos são beneficiários do programa de transferência de renda.

Atualmente, são 18,3 milhões de estudantes beneficiários espalhados em 160 mil escolas em todo o País. Dessas, 17.572 escolas têm mais matrículas de alunos do Bolsa Família, que não participantes do programa, totalizando 4,5 milhões de estudantesAtualmente, são 18,3 milhões de estudantes beneficiários espalhados em 160 mil escolas em todo o País. Dessas, 17.572 têm mais matrículas de alunos do Bolsa Família (superior a 50%) que de não participantes do programa, totalizando 4,5 milhões de estudantes.

No município de Pedra Branca (CE), duas escolas empataram com o melhor índice no estado (8,1) e o sexto do País. Ambas estão na zona rural do município e têm mais de 90% dos alunos beneficiários do Bolsa Família. O Ceará tem 2.332 escolas com mais de 50% de alunos beneficiários do Bolsa Família, que totalizam 654,8 mil estudantes. Em Pedra Branca, são 28 instituições nessa situação.

Empenho

Localizada a 8km da sede do município, na zona rural, a Escola Cícero Barbosa Maciel tinha como meta para 2011 índice de 7,9 e obteve 8,1. “O resultado reflete o empenho da comunidade escolar, dos pais e professores”, diz a diretora Maria Ducilene Pereira da Silva. Desde 2011, assinala, os alunos têm jornada ampliada, com reforço escolar. Este ano, a escola aderiu ao Mais Educação.

A evasão e repetência eram altas. Em 2006, os índices chegavam a 40% e hoje estão em torno de zero. A diretora da escola que dois motivos contribuem para o resultado no Ideb: os professores têm um dia na jornada para planejar as aulas e as turmas não são numerosas – média de 24 alunos.

A agricultora Maria Adriana de Souza Pereira tem um filho na escola. Beneficiária do Bolsa Família há nove anos, Maria Adriana diz que o colégio “puxa a orelha” se o aluno faltar a aula e, por isso, ela acompanha o desenvolvimento escolar de seu filho. “Prezo muito por ele, já que não estudei.”

Outro exemplo na cidade é a Escola Municipal Sebastião Francisco Duarte, composta a partir da união de salas dispersas pela zona rural, no Distrito de Santa Antonina. Isto porque, há oito anos, a prefeitura tinha 120 escolas, muitas em situação precária, e uniu algumas em núcleos. Hoje, a rede tem 60 instituições de ensino.

A coordenadora pedagógica da escola, Maria Nelziram Duarte Gonçalves, atribuiu à confiança dos pais e à competência dos professores o bom desempenho na avaliação nacional. Segundo ela, há reforço escolar no contraturno. Quando os alunos faltam, acrescenta, a escola faz visita domiciliar para saber o que está ocorrendo. Na avaliação anterior, a escola obteve índice 7,6. A meta para 2011 era de 7,8.

Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. O programa integra o Brasil sem Miséria, que tem como foco atender os milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais, baseando-se na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos.

O programa de transferência de renda alcançou 13,7 milhões de famílias em todo o País no mês de setembro. A depender da renda familiar por pessoa (limitada a R$ 140), do número e da idade dos filhos, o valor do benefício recebido pela família pode variar de R$ 32 a R$ 306.

O programa possui três eixos principais focados na transferência de renda, que promove o alívio imediato da pobreza; as condicionalidades, que reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e as ações e programas complementares, que tem como objetivo o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade.

Ideb

O Ideb foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, e tem uma escala de 0 a 10. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho nas avaliações do Inep sobre os conhecimentos de língua portuguesa e matemática. O índice é calculado a cada dois anos. A média nacional de 2011 para o Ensino Fundamental I (séries iniciais) foi de 4,7 para as escolas públicas.

www.mds.gov.br

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