Documento recomenda que caseiro e viúva do coronel recebam proteção como testemunhas
Ana Rita destaca que réu confesso é |
A presidenta da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senadora Ana Rita (PT-ES), apresentou, nesta terça-feira (13), relatório, com 18 páginas, resultante da diligência do colegiado ao Rio de Janeiro para acompanhar as investigações acerca do suposto assassinato do coronel Paulo Malhães, que confessou crimes cometidos durante o período da ditadura militar.
No último dia 6 de maio, a senadora Ana Rita e os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e João Capiberibe (PSB-AP) foram ao Rio para inteirar-se das investigações. Na ocasião, os três se encontraram com o caseiro Rogério Pires, acusado de ter participado da morte do coronel. Aos senadores, o caseiro negou envolvimento no crime. Na versão da Polícia Civil, o caseiro confessou a participação no latrocínio (roubo seguido de morte), no sítio de Malhães, localizado na Baixada Fluminense.
“Ele (Pires) não confessou participação no crime. Ele é analfabeto, não sabe ler nem escrever. E me causa muita estranheza que nenhum defensor público tenha acompanhado até agora os depoimentos e investigações sobre o caso”, disse a senadora Ana Rita, na oportunidade da diligência. O relatório, que será votado na próxima semana, propõe, entre outras coisas, que a comissão tenha acesso ao inquérito policial relacionado ao caso, mesmo que seja o caso de sigilo judicial.
O relatório da CDH pede que a viúva do coronel, Cristina e o caseiro Rogério Pires entrem para o programa de proteção à testemunha. E recomenda que defensores públicos acompanhem o caso. Malhães admitiu à Comissão Nacional da Verdade, em Brasília, ter participado de torturas e ocultação de cadáveres de presos políticos durante a ditadura militar, entre eles, o ex-deputado Rubens Paiva.
No último fim de semana, a polícia fluminense recuperou parte das armas roubadas na casa de Malhães, que era colecionador. Duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal. A senadora ainda informou que laudo preliminar apontou que o coronel faleceu em decorrência de um infarto durante a invasão do sítio.
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