A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista que investiga a violência contra as mulheres, senadora Ana Rita (PT-ES), defendeu punição exemplar para os acusados pelo estupro coletivo ocorrido em fevereiro deste ano no município paraibano de Queimadas, quando cinco mulheres foram estupradas e duas assassinadas. A CPI esteve na cidade nesta quinta-feira (13/09) para ouvir vítimas e familiares da violência.
Os parlamentares da CPI também se encontraram com autoridades da Policia Civil, Ministério Público e Judiciário que cuidam do caso na cidade. Reuniram-se também com o movimento de mulheres paraibano. Além de Ana Rita, participaram dos encontros o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) e a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB).
Após ouvir os depoimentos, a relatora da CPI disse que a comissão continuará acompanhando o caso de Queimadas. “Queremos que a justiça seja feita e vamos acompanhar os desdobramentos do caso”, afirmou, ressaltando que o caso de Queimadas é emblemático. Dez homens são acusados pelos crimes na cidade; três deles menores.
Logo na chegada da comissão, o movimento de mulheres da Paraíba, juntamente com os familiares das vítimas, realizou manifestação pedindo justiça. O movimento vai entregar um dossiê com denúncias de violações aos direitos das mulheres no estado e critica a demora por parte das autoridades no atendimento para garantir proteção às mulheres em situação de violência.
A CPI é acompanhada na visita à Paraíba pelo procurador regional da República, José de Araujo Sá, o delegado da Polícia Federal, Eriosvaldo Renovato Dias, e a promotora de Justiça, Lindinalva Rodrigues.
João Pessoa
Nesta sexta-feira (14/09), a CPI está em João Pessoa para se encontrar com autoridades e realizar audiência pública, a partir das 14h, na Assembleia Legislativa com a participação de gestores públicos, representantes do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, movimentos sociais e sociedade.
Violência na Paraíba
A Paraíba é o sétimo estado em assassinatos de mulheres, segundo dados de 2012 do Mapa da Violência, elaborado pelo Instituto Sangari/Ministério da Justiça. A taxa de homicídios é de 6 assassinatos para grupo de 100 mil mulheres, bem acima da média nacional de 4,4. O primeiro colocado é o Espírito Santo (9,8) e o segundo Alagoas (8,3).
João Pessoa é a segunda cidade onde mais mulheres morrem assassinadas, com taxa de 12,4 homicídios para grupo de 100 mil mulheres. Vitória, no Espírito Santo, é a capital mais violenta com taxa de 13,2. O relatório completo pode ser acessado no site www.mapadaviolencia.org.br.
Plano de Trabalho
A comissão prevê visitas aos dez estados mais violentos do Brasil para as mulheres, além dos quatro mais populosos. Já esteve em nove estados: Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, São Paulo, Bahia e agora na Paraíba.
Com informações da assessoria de imprensa da senadora Ana Rita (PT-ES).