Ana Rita recorrerá da decisão que livra condenado por assassinato

Senadora, em discurso, se mostrou indignada com sentença judicial que fez condenação prescrever

Ana Rita recorrerá da decisão que livra condenado por assassinato

Senadora pedirá análise do julgamento que
resultou na prescrição da pena do
condenado pela morte de Christina Gabrielsen

A presidenta da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senadora Ana Rita (PT-ES), informou, na última terça-feira (13), em pronunciamento, que pedirá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para analisar o julgamento do acusado pela morte de Christina Gabrielsen, crime ocorrido no Recife (PE), em 1995.

De acordo com a petista, que se mostrou indignada com a situação, apesar de o companheiro de Christina ter sido considerado culpado pela autoria do assassinato, não irá pagar pelo crime. No último dia 16 de abril, o juiz do caso, Ernesto Bezerra Cavalcanti, fixou pena de oito anos, condenação que permitiu a prescrição retroativa do crime.

“É impressionante como um magistrado, que representa a possibilidade de se fazer justiça, pode ter dado uma pena, por esse crime, que permitiu sua prescrição. Na prática, isso equivale a uma absolvição, já que o condenado não irá pagar pelo crime cometido e pelo qual foi condenado pelo tribunal do júri. O caso de Christina Gabrielsen é muito semelhante ao de Maria da Penha, que todos e todas nós conhecemos”, disse a senadora.

Foram quase 20 anos desde o assassinato de Christina, com três tiros a queima roupa, até o julgamento. A defesa protelou o quanto pode por meio de diversos recursos jurídicos. Inicialmente o réu, filho de magistrado já falecido, alegou que os disparos foram acidentais. Em seguida, disse que agiu por ciúme.

O caso foi acompanhado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher, da qual a senadora Ana Rita foi relatora. “É inaceitável que, após o caso Maria da Penha, cuja responsabilização internacional do Estado brasileiro condenou essa prática de tolerância à violência contra as mulheres, situações como a que relato ainda aconteçam em nosso País”, enfatizou.

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