Ângela celebra homologação da Terra Indígena Yanomami

“O momento é de reflexão sobre a situação da maior terra indígena, depois anos de luta".

Ângela celebra homologação da Terra Indígena Yanomami

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Os 20 anos da homologação da Terra Indígena Yanomami foram lembrados pela senadora Ângela Portela (PT-RR), em pronunciamento no Senado, nesta quarta-feira (31/10). A data foi comemorada durante a sétima Assembleia da Hutukara Associação Yanomami, realizada na aldeia Wathoriki, na região do rio Demini, no Estado do Amazonas e reuniu cerca de 700 integrantes da etnia. “Muito mais que festas, o momento foi dedicado à reflexão sobre a situação da maior terra indígena do Brasil, depois anos de luta, destruição ambiental e massacres”, relatou a senadora.

A Terra Indígena Yanomami ocupa uma área de cerca de 192 quilômetros quadrados, entre o Brasil e a Venezuela — a área demarcada, em território brasileiro, é de 96.650 quilômetros quadrados—, com população de 35 mil indígenas. Além de assegurar a preservação da cultura do Povo Yanomami, “a reserva tem papel importante na proteção da biodiversidade e é um símbolo da luta dos indígenas pelo direito à terra no Brasil”, destacou Ângela.

Durante a realização da  Assembleia da Hutukara Associação Yanomami, os índios cobraram do Governo Federal educação melhor estruturada e de mais qualidade, fiscalização eficaz contra a prática do garimpo ilegal nas áreas indígenas, estruturação digna e mais adequada para o atendimento na área de saúde e  respeito à cultura dos povos indígenas bem como a sua harmonia com a natureza.

“Não foi por mero capricho de povos indígenas que os debates travados na Assembleia giraram em torno dos problemas que ainda hoje são enfrentados pelos Yanomami”, afirmou a senadora. Na área de Educação, exemplificou ela, os Yanomami reclamam do pequeno número de escolas e da falta de estrutura adequada. “Na reserva, há locais onde os alunos são obrigados a estudar em escolas improvisadas, com material didático insuficiente e professores indígenas que ensinam como missão, pois muitos deles precisam de capacitação.”

Segundo a senadora, os índios também enfrentam problemas com a sobreposição de unidades de conservação com terras da reserva, o que tira dos Yanomami a autonomia sobre a terra, gerando choques com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelas áreas de preservação ambiental.

Nada, porém, é tão grave quanto o garimpo ilegal, que ainda ameaça a Terra Indígena Yanomami. “A prática de retirada do minério persiste, apesar das operações de combate que são realizadas pela Funai, Polícia Federal e o Exército.”, relatou Ângela, lembrando que até um projeto em tramitação no Congresso Nacional pretende liberar a extração mineral em terras indígenas em todo o país. “Essa proposta é muito criticada pelos Yanomami”.

Leia a íntegra do pronunciamento da senadora Ângela Portela

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