O Grupo Parlamentar Misto Brasil Venezuela, que reúne cerca de 30 senadores e mais de noventa deputados federais, se reuniu em Brasília e decidiu que a senadora Ângela Portela (PT/RR), atual secretária geral, será a nova presidente do colegiado. A deputada federal Luciana Santos (PC do B/PE) continua como vice-presidente. Ângela Portela foi escolhida para presidir o grupo com a saída do senador João Pedro (PT/AM), que era suplente de Alfredo Nascimento (PR/AM).
Criado em 15 de junho com o objetivo de estreitar as relações entre os dois países, fortalecendo a integração e promovendo avanços nas negociações bilaterais, o Grupo Parlamentar Misto Brasil Venezuela está definindo uma série de ações que serão desenvolvidas até o final do ano, incluindo uma participação mais ativa nos eventos e assinaturas de acordos envolvendo os dois governos, e deve participar de um encontro de alto nível com o parlamento venezuelano durante a visita que a presidente Dilma Rousseff fará a Caracas, em novembro.
Desde o Governo Lula, Brasil e Venezuela têm mantido uma rotina de encontros presidenciais a cada três meses. O último ocorreu em junho, quando o presidente Hugo Chavez esteve em Brasília. Simultaneamente, está sendo criado na Assembléia Nacional da Venezuela o Grupo Parlamentar de Amizade entre os dois países.
Na semana passada a senadora Ângela Portela recebeu em seu gabinete, em Brasília, o deputado federal venezuelano Jesus Graterol, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que está coordenando a criação do grupo parlamentar na Assembléia Nacional. Com o objetivo de definir um plano de trabalho a ser desenvolvido nos dois parlamentos, o encontro contou com a participação do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), da deputada Luciana Santos e de ministros e conselheiros da Embaixada da Venezuela no Brasil.
Ficou definido que será feito um levantamento de todos os acordos internacionais assinados pelos mandatários dos dois países e que ainda estão pendentes de ratificação nos respectivos parlamentos. Outra iniciativa será no sentido de definir a representação brasileira no Parlamento Amazônico, fórum parlamentar criado no âmbito da Organização do Tratado para a Cooperação Amazônica e composto também por Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. O Brasil é o único país que ainda não indicou sua representação.
De acordo com a senadora Ângela Portela, o grupo parlamentar deve participar da próxima reunião do Parlamento Amazônico, entre 17 e 20 de outubro em Puerto Ayacucho, Venezuela, e também promover reunião em Caracas, durante a visita da presidente Dilma Rousseff. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, a integração entre os países da Amazônia está muito aquém das necessidades e exige uma maior participação do Brasil nos temas amazônicos transfronteiriços.
Ainda durante o encontro a senadora Ângela Portela lembrou que já existe um esforço do Brasil para promover a integração das infraestruturas e cadeias produtivas com os países vizinhos. Ela ressaltou o fato de ter participado, há duas semanas, do leilão na Bolsa de Valores de São Paulo para construção da Linha de Transmissão Manaus Boa Vista, que será interligada à Linha de Transmissão de Guri.
“O Brasil também apoiou a instalação de um escritório do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas em Caracas e já foram promovidos vários estudos e seminários, com foco na integração entre os dois países. Recentemente solicitamos ao IPEA um novo estudo socioeconômico de Roraima que permitirá a ampliação destes acordos”, afirmou.
A senadora Ângela Portela também tem participado de vários encontros e reuniões de trabalho com o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximillien Arvelaiz Sanchez, com a finalidade de superar alguns entraves que ainda existem na região de fronteira, principalmente relacionados com o trânsito de pessoas e veículos. “Estaremos adotando uma série de medidas, no âmbito do Grupo Parlamentar e do Senado Federal, para superar esses problemas e ampliar as relações entre Brasil e Venezuela”, disse a senadora.
Assessoria de Imprensa da senadora Ângela Portela