Queria cumprimentar todos os Senadores e todas as Senadoras e dizer da nossa imensa alegria e satisfação, ao vivenciar aqui um momento histórico, em que a Presidenta Dilma fez o discurso de abertura dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas, um momento de muita emoção. Confesso que me senti muito emocionada e feliz de ver a Presidenta do nosso País representando tão bem os 190 milhões de brasileiros.
Um dia histórico para os brasileiros e, também, para as mulheres ao redor do mundo, não apenas pelo ineditismo, mas também por ser a expressão de uma nova condição feminina, uma condição de protagonismo nas ações políticas, econômicas, culturais e sociais em muitos países.
Em sua estreia no principal palco político e diplomático internacional, a Presidenta Dilma fez questão de destacar a ampliação da presença da mulher nos espaços de poder e seu maior engajamento político e social.
Ressaltou as importantes vitorias alcançadas na luta pela redução das desigualdades de gênero, em que o Brasil se destaca, como atesta o fato de, pela primeira vez, termos uma mulher no comando da Nação.
A prerrogativa de abrir os debates da ONU cabe ao Brasil, todos os anos, em reconhecimento ao trabalho da nossa diplomacia pela criação e consolidação do principal fórum mundial de nações.
É o reconhecimento mundial à habilidade e à tenacidade de Oswaldo Aranha, diplomata que comandou a missão brasileira na ONU nos seus primeiros momentos. Ao se tornar a primeira mulher a usar a tribuna, a Presidenta Dilma não apenas rompeu tabus e superou preconceitos.
Nossa Presidenta estava ali também reforçando uma tradição de 66 anos em que os Chefes de Estado brasileiros abrem os trabalhos no principal palco do comando das nações. Honrando esta tradição, nossa Presidenta da República levou à ONU, com coragem e determinação, uma abordagem clara sobre os principais temas da pauta internacional e sobre os compromissos do Brasil com a liberdade, a democracia, os direitos humanos, a igualdade de gêneros, o combate à pobreza, violência e mudanças climáticas.
Principalmente, nossa Presidenta deixou claro o empenho do Brasil para o enfrentamento da crise econômica e financeira que abala os países desenvolvidos e que mantém uma ameaça permanente de nova recessão nas principais economias do Planeta.
A presença da Presidenta Dilma na abertura da Assembleia Geral da ONU é um retrato fiel das transformações experimentadas pelo Brasil nos últimos anos.
Com altivez e bastante convicção, nossa Presidenta deu um recado claro aos demais líderes do mundo: nosso País está forte, tem uma economia sólida, preparada para enfrentar as turbulências, para auxiliar os países em crise a enfrentar suas dificuldades e para ser protagonista de uma nova ordem mundial, caracterizada principalmente pela migração da riqueza do mundo para os países emergentes.
Nesse sentido, nossa Presidenta lembrou o quão obsoletas se tornaram as instâncias internacionais de decisão, entre elas a própria ONU, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, ressaltando a necessidade de atualizar esses mecanismos para representar, de forma legítima, esta nova realidade mundial.
Reforçou, inclusive, e de forma bastante firme, a cobrança por um assento permanente no Conselho de Segurança.
“O Brasil está preparado para assumir suas responsabilidades”, disse a presidenta Dilma Rousseff. Ato contínuo, cobrou uma definição para o Estado da Palestina, lembrando que o Brasil já reconhece este país nas fronteiras anteriores a 1967 e em consonância com todas as determinações da própria ONU. Ao chegar a Nova Iorque para abrir a Assembleia Geral da ONU, a Presidenta Dilma Rousseff foi a porta-voz de 190 milhões de brasileiros e também das mulheres de todo o mundo.
A porta-voz das agudas transformações da sociedade brasileira, representante de um país que cresce rapidamente e que se projeta no cenário mundial como uma Nação que respeita e defende o convívio pacífico entre as nações.
O Brasil representado por Dilma na ONU é um pai que promove a cooperação internacional, o intercâmbio de tecnologias para o combate à pobreza e à fome, o compartilhamento de técnicas agrícolas inovadoras, inclusive para o desenvolvimento e uso de novas fontes de energias limpas e renováveis.
Um país que também está na vanguarda do combate às mudanças climáticas que ameaçam o futuro do Planeta.
Este é, portanto, um dia de alegria para todos os brasileiros e brasileiras. Um dia em que o Brasil se fez ouvir, ao redor do mundo e, pela primeira vez, usou uma voz feminina para traduzir suas conquistas e seus avanços. E que deixou muito claras suas aspirações para assumir mais responsabilidades e oferecer a experiência de uma nação comprometida com a paz, as liberdades individuais, a soberania das nações e a proposição de ações conjuntas e colegiadas, para enfrentar os obstáculos que desafiam os chefes de governo e as lideranças da sociedade em todo o mundo.
Desde o início da semana, nossa Presidenta esteve à frente de atos políticos de profundo significado, como a reunião de alto nível voltada para a formulação de políticas públicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis.
Nesta oportunidade, foram apresentados os projetos bem-sucedidos do Brasil para o combate à hipertensão, doenças coronárias, a distribuição gratuita de medicamentos de alto custo e as recentes iniciativas para a prevenção e combate ao câncer de colo do útero e câncer de mama, as duas doenças que mais matam as mulheres em nosso País.
O Brasil também foi destaque no encontro da recém-criada ONU Mulher, cuja coordenadora é a ex-presidenta chilena Michele Bachelet, em que foi discutida a maior participação das mulheres nos processos políticos nacionais e internacionais e na obtenção de poder.
Como ato derradeiro antes da abertura da Assembleia Geral, a Presidenta Dilma Rousseff comandou, ao lado do presidente americano Barack Obama, o encontro Governo Aberto, que reuniu 60 países comprometidos com iniciativas para ampliar a transparência nas ações governamentais e o acesso às informações, por parte de todos os cidadãos.
O próximo encontro do grupo de países que fazem parte desta iniciativa Governo Aberto está marcado para o ano que vem, no Brasil, quando nosso País apresentará os avanços dos últimos anos na ampliação da transparência governamental, do acesso às informações e no combate aos desvios e práticas perniciosas que ainda afetam, de forma inequívoca, as administrações públicas em muitos países do mundo.
Tais eventos, Srª Presidente, ao lado da Assembleia Geral da ONU, deixam muito claro o lugar de destaque que o Brasil ocupa na governança mundial, reforçando, mais uma vez, o pleito brasileiro por um assento permanente no Conselho de Segurança.
Evidencia também a necessidade urgente de ampliação da participação brasileira, assim como de outros países emergentes, em organismos financeiros como FMI e Banco Mundial, de forma a corrigir distorções nessa representação e oferecer mais legitimidade às decisões dali emanadas.
Claro que nosso País ainda enfrenta problemas que precisam ser enfrentados. São muitos problemas, mas que a nossa Presidenta Dilma, com coragem, determinação e serenidade, está enfrentando e está determinada a superar.
Esta posição, Srª Presidente, tem muito a ver com o enfrentamento das iniquidades que, por séculos, macularam a história brasileira: o enfrentamento da pobreza, das desigualdades sociais e regionais, a ascensão de 40 milhões de brasileiros que, auspiciosamente, cresceram para a classe média; a ampliação do acesso à educação, à saúde – que precisa melhorar muito, mas está a passos largos –, à segurança; o crescimento da renda e do consumo, especialmente de bens que antes estavam inacessíveis aos brasileiros.
Todos esses avanços, Srª Presidente, foram obtidos sem o comprometimento de valores e princípios que fazem parte do caráter nacional. O Brasil amplia as conquistas econômicas sem transigir na promoção permanente das liberdades individuais, do Estado democrático de direito, de uma imprensa livre e forte e de uma sociedade soberana para decidir o seu destino.