Ângela: longas listas de espera para exames e consultas são grave fator riscoNo mês em que o mundo todo se ume num alerta para a prevenção e combate do câncer, a senadora Ângela Portela (PT-RR) assinou requerimento para que a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) abrisse espaço para a discussão de estratégias para enfrentar e garantir tratamento, na rede pública de saúde, os cânceres de colo de útero e de mama.
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres do mundo. No Brasil, só perde para o câncer de pele não melanoma. Responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Os homens representam apenas 1% do total de casos da doença. Relativamente raro, antes dos 35 anos nas mulheres, acima dessa idade sua incidência cresce progressivamente especialmente após os 50 anos.
Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos que estão em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma mais rápida, outros não. A maioria dos casos tem bom prognóstico. Dados do Ministério de Saúde projetam para a ocorrência de 57.120 novos casos no Brasil em 2015. Em 2013, último ano com número disponíveis, morreram 14.388 pessoas no País por conta do câncer de mama.
Já o câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Prova de que o País avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce e que, na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram de doença invasiva, quer dizer, o estágio estava mais agressivo da doença.
Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. A estimativa de casos de câncer de colo do útero, em 2014, é de 15.590, de acordo com dados oficiais, do Inca (Instituto do Câncer).
Diagnóstico precoce
Em ambos os casos, tanto o de colo de útero, como o câncer de mama, o que conta para o tratamento, como para a cura, são o diagnóstico precoce e a prevenção.
Os dados, apresentados nesta quarta-feira ao plenário por meio de pronunciamento da senadora Ângela Portela (PT-RR) foram o tema do debate na CAS.
Médicos, especialistas e parlamentares debateram as possibilidades de atuação do Ministério da Saúde, governos estaduais e prefeituras para oferecerem condição para que as mulheres brasileiras, possam ter o direito ao exame de prevenção papanicolau e à mamografia. “São situações em que o poder público tem de cuidar com muita atenção para dar às nossas mulheres o direito de fazer os exames preventivos”, disse a senadora.
Ela lembrou a aprovação, na Comissão, de projeto que prevê a oferta do exame de mamografia a partir dos 40 anos de idade pelo Sistema Único de Saúde. “Queremos priorizar o atendimento de mulheres que tem risco maior de serem vítimas da doença. São mulheres que têm parentes em primeiro grau que também tiveram câncer de mama”, explicou Ângela”.
A senadora lamentou, porém, a pouca disponibilidade de mamógrafos. “No meu estado, há apenas dois mamógrafos, sendo que um deles está encaixotado. O governo do estado faz convênios com clínicas privadas para atender as mulheres que precisam, mas a lista de espera é grande, e o prazo para se realizar o exame de mamografia é de seis meses”, disse.
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