Aníbal destaca incentivo à piscicultura no Acre

 

Senhor (a) Presidente, Senhoras e Senhores Senadores,

Telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado,

Gostaria de destacar hoje, nesta tribuna, o importante passo dado pelo Estado do Acre para a consolidação do Programa Estadual de Incentivo à Piscicultura. O governador Tião Viana inaugurou, nesta segunda-feira, a Indústria de Embutidos de Peixe do município do Bujari, localizado a aproximadamente 15 km de Rio Branco.

O início dos trabalhos dessa indústria marca um momento sólido da industrialização do peixe no Acre e reafirma a disposição do governo acreano de colocar a piscicultura como um dos grandes vetores de desenvolvimento do Estado.

A Indústria de Embutidos de Peixe é o resultado de parceria entre o governo do Estado do Acre, a Prefeitura de Bujari e a Cooperativa de Produtores e Criadores Rurais daquele município.

Nesse início dos trabalhos, serão processadas pela indústria, em média, 13 toneladas de peixe por mês, gerando empregos diretos e indiretos no município. Hoje, 150 produtores estão envolvidos no fornecimento da matéria-prima, mas a estimativa é expandir essa produção para até 30 toneladas mensais.

Com a inauguração da indústria, os produtores poderão reduzir o tempo que levariam para lucrar com a produção.

Sem o empreendimento, os piscicultores levariam pelo menos 12 meses para começar a ter lucros com a piscicultura. Agora, será possível ampliar largamente a produção e realizar três safras em um ano. O produtor pode começar a ganhar dinheiro até cinco meses depois de iniciar sua criação.

Após ser vendido para a indústria, o peixe tem escamas e espinhas retiradas. Em seguida, a carne é separada mecanicamente, surgindo um picadinho de peixe, matéria-prima que será utilizada para vários pratos da culinária e, o que é muito importante, para o incremento do cardápio da merenda escolar. A secretaria de Educação do Estado já anunciou que comprará parte da produção de peixes embutidos que será feita na indústria, elevando o valor nutricional da merenda escolar e com a segurança que o produto já será oferecido sem espinha, sem riscos para as crianças.

O secretário de Indústria, Comércio e Serviços Sustentáveis, Edvaldo Magalhães, já afirmou que esse novo empreendimento é uma demonstração de que o Acre está trabalhando para agregar valor à produção de peixe, e que, em breve, será inaugurado um complexo industrial completo, que permitirá um grande salto para essa cadeia produtiva.

Senhores parlamentares,

A piscicultura é uma aposta do governo do Estado do Acre que promete alta lucratividade, sustentabilidade ambiental e possui um grande mercado consumidor.

O Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura – CONEPE destaca em sua página que o Acre é referência para a criação de peixe na Amazônia. Nada mais verdadeiro.

Esse reconhecimento é motivado, entre outros fatores, porque o governador Tião Viana estabeleceu como uma das prioridades de sua gestão o incentivo à piscicultura.

No ano passado, o governo estadual lançou um programa ambicioso de incentivo à atividade pesqueira que vai permitir ao Acre deixar de ser importador para ser exportador de pescado, notadamente para os países andinos.

Mais de mil famílias em 17 municípios acreanos já foram beneficiadas pelo programa só em 2011, em um total de 500 hectares de lâmina d’água destinados a essa atividade.

Apenas em Assis Brasil foram construídos 50 tanques para criação de peixes. Em Feijó, no outro extremo do Estado, mais 75 tanques.  O governo estadual estima que a atividade, em toda a sua cadeia produtiva, possa movimentar cerca de R$ 350 milhões por ano. Isso é realmente muito expressivo, principalmente por se tratar de um Estado com tantas necessidades.

O secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Lourival Marques, já afirmou, inclusive, que para atingir essa meta será assegurada assistência técnica aos criadores em toda a cadeia produtiva. Eles receberão orientação desde a construção dos açudes até a comercialização do pescado.

Máquinas e implementos agrícolas já foram adquiridos pelo governo para intensificar as ações produtivas e expandir a amplitude da piscicultura no Estado.

Eu gostaria de destacar que boa parte da população acreana é composta por ribeirinhos que vivem em regiões de difícil acesso e em municípios considerados isolados.

Ainda assim, eles estão experimentando ações assertivas de segurança alimentar e abastecimento local, com profundos reflexos na área social e ambiental.

Comunidades banhadas pelo Rio Muru, em Tarauacá, podem relatar com conhecimento de causa os primeiros resultados decorrentes do programa estadual de incentivo à piscicultura. Lá foram implantados 12 açudes, enquanto na Comunidade Taquari, próximo ao Rio Liberdade, recebeu 60 mil alevinos para povoar os 96 açudes construídos.

Tudo isso ocorre acontece apesar das dificuldades para a chegada dos maquinários a essas localidades. Dificuldades que ocorrem desde o embarque e desembarque em balsas até os bancos de areias, tendo pela frente árvores caídas que impedem a navegação. Em algumas situações, tratores chegam a ficar submersos nos rios da região.

Apesar dos enormes desafios, é gratificante saber dos grandes benefícios que o programa tem proporcionado a essas famílias.

A piscicultura no Estado do Acre conta com o apoio do Banco da Amazônia e do Banco do Brasil, que oferecem linha específica e com condições de pagamento acessíveis para essa atividade.

O apoio técnico é assegurado pelos profissionais da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, por meio de experimentos de novas técnicas e pesquisas de produção e mercado, e pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, que oferece assessoria por meio de capacitações e reduz o risco de prejuízos ao investidor.

Esse programa de Estado, é bom ressaltar, atua de forma integrada em toda a cadeia produtiva e com ações que passam pelo fortalecimento da produção primária; pela implantação de estruturas industriais de grande porte em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, e que contam com centros de alevinagens; pela fábrica de ração e frigoríficos e apoio ao fortalecimento das atividades produtivas comunitárias, com a implantação de agroindústrias locais. 

Para encerrar, senhor presidente, destaco que é com grande orgulho que faço parte da base de apoio de um governo que, além da eficiência, transparência e honestidade, busca soluções simples, em conformidade com sua capacidade de investimento e dentro de suas limitações, para alavancar o desenvolvimento regional. Um governo busca soluções realistas e práticas que levam em conta, acima de tudo, o interesse social, em consonância com tudo aquilo que o povo acreano espera de uma boa gestão.

Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado.

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