O senador Aníbal Diniz (PT-AC) demonstrou ontem sua preocupação com os rumos da educação infantil no País. Ele defende que os dados revelados por exames como a Provinha Brasil sejam utilizados para corrigir carências educacionais de estudantes mal-avaliados.
No ano passado, o Movimento Todos pela Educação aplicou a primeira edição da Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização (Prova ABC). O reexame apontou que, entre as crianças que concluíram o 3º ano do ensino fundamental (a antiga 2ª série), 56,1% dos estudantes aprenderam o que era esperado em leitura, e 42,8% aprenderam o que era esperado em matemática, com grande variação entre as regiões do País e as redes de ensino público e privada.
“Perguntamos, e o restante? – Ou seja, o resultado, em caráter amostral, revelou que mais de 40% dos alunos não tinham boa capacidade de leitura, não tinham a capacidade esperada para esse nível de escolarização. Esses resultados são fundamentais para corrigir deficiências”, alertou Aníbal Diniz.
Segundo o senador, após o 3º ano fundamental, o aluno inicia outra etapa do conhecimento e do aprendizado. A partir daí, tem contato com conteúdos mais complexos. Também por isso, a base do ensino – que é a alfabetização plena- é essencial.
“Sabemos que crianças que não aprenderam o conteúdo proposto de forma adequada durante os primeiros de escola correm mais riscos de se tornarem vítimas do analfabetismo funcional quando adultos”, explicou o senador.
Para Aníbal, o Brasil só poderá ter uma educação de qualidade se garantir o direito a alfabetização a todas as crianças desde os primeiros anos da escola. “Quanto antes os incentivos ao aprendizado vierem, mais chance a criança terá de se tornar um adulto bem preparado”.
Provinha Brasil
O senador acreano acredita que a Provinha Brasil pode ser a chave para evitar que falhas na educação básica possam comprometer a capacidade de leitura e de boa escrita que será exigida dos alunos nos anos seguintes,
A Provinha avalia o nível de alfabetização das crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras e é um instrumento para o professor identificar o nível de alfabetização dos alunos.
Hoje, a avaliação acontece em duas etapas – uma no início e uma outra ao término do ano letivo. O novo formato da avaliação que o Ministério da Educação deve implementar em 2013, pretende ampliar o exame, que deixaria de ser feito de forma amostral e passaria a avaliar conhecimentos de português, matemática e o nível de alfabetização de alunos da terceira série do ensino fundamental.
Com isso, será possível diagnosticar com mais eficiência possíveis insuficiências das habilidades de leitura e de escrita, o que, por sua vez, permite a adoção de iniciativas determinantes para a melhoria da educação, como o estabelecimento de metas pedagógicas para a rede de ensino; o planejamento de cursos de formação continuada para os professores; o investimento em medidas que garantam melhor aprendizado e o desenvolvimento de ações imediatas para a correção das possíveis distorções encontradas.
Segundo uma avaliação do Ministério da Educação, a expectativa é que mais dez milhões de crianças de 7 anos e 8 anos de idade possam ser avaliadas pelo novo modelo.
Com informações do site do senador Aníbal Diniz