Aníbal elogia organização no socorro a desabrigados do Acre

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV, ouvintes da Rádio Senado, ocupo a tribuna hoje, Quarta-Feira de Cinzas, para fazer um registro de todo o esforço que está sendo feito no Acre neste momento pelo Governador Tião Viana, pelo Prefeito da Capital, Raimundo Angelim, pela Prefeita do Município de Brasileia, Leila Galvão, pelo Prefeito do Município de Xapuri, Ubiracy, e também pelo Prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, no sentido de atender as famílias vítimas do alagamento dos rios que banham essas cidades.

Rio branco, Xapuri, e Brasiléia são, todos, Municípios às margens do rio Acre, que atingiu – medição de hoje às 12 horas – 17,46m acima do seu nível normal.

A maior enchente da história do rio Acre aconteceu em 1997. Ela atingiu a quota de 17,70. Nós estamos neste momento a exatos 0,24m de atingirmos a maior quota de todos os tempos.

Isso tem gerado um transtorno sem precedentes no sentido de atingir o patrimônio das pessoas, casas, a vida das pessoas, completamente afetada por essa situação, muito difícil.

Conversei, há pouco, com o Governador Tião Viana, que fez um agradecimento muito especial ao Ministério do Exército, ao Ministério da Aeronáutica e, mais especialmente ainda, à Presidenta Dilma, que foi muito atenciosa para com ele e se colocou completamente à disposição para ajudar no que fosse possível para o atendimento de milhares de famílias atingidas por essa alagação, que tende a ser, senão a maior, pelo menos a segunda maior alagação de que se tem notícia na cidade de Rio Branco e, certamente, a maior de todos os tempos no Município de Brasileia, onde praticamente toda a cidade foi atingida pelas águas. Até a igreja que ficava no ponto mais alto e que estava recebendo desabrigados também foi atingida pela enchente, de tal maneira que os desabrigados que estavam alojados na igreja católica também tiveram que ser removidos por uma situação também de absoluto desconforto. O mesmo aconteceu com o Hospital Geral de Brasileia, que teve toda uma ala interditada justamente por já estar toda afetada pela enchente.

Assim, estamos vivendo um momento de grandes transtornos nos Municípios do Acre, nos Municípios atingidos por essa enchente.

Neste momento, o Senador Jorge Viana, meu companheiro de bancada, está lá com seu gabinete mobilizado, dando toda força ao Governador Tião Viana, assim como vários outros Parlamentares. Nosso gabinete também está lá, colocando-se à disposição na força-tarefa que foi mobilizada justamente para atender todas as famílias.

O que a gente pode dizer é que o essencial, no atendimento à saúde, no atendimento à alimentação, nos abrigos, tem sido feito pela força-tarefa constituída pelo Governo do Estado, pelas Prefeituras, principalmente pela Prefeitura da capital, onde temos o maior número de desabrigados. Todo esse esforço está sendo feito e a gente tem que reconhecer que é um esforço exemplar.

Inclusive a própria Comissão Nacional de Defesa Civil presente no local, com o Sr. Armin Braun, fez um reconhecimento também de que, se não houvesse a mobilização e a organização do jeito como estão sendo feitas, sob a coordenação do Governador Tião Viana e do Prefeito Raimundo Angelim, com a presença do Exército, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros, com a mobilização dos servidores públicos, com a mobilização da sociedade – há todo um espírito de solidariedade em que as pessoas se mobilizam do jeito que podem para ajudar as famílias atingidas pela enchente -, se não estivesse esse esforço todo acontecendo, certamente, a situação estaria muito mais complicada e o sofrimento das famílias seria incomparavelmente maior. Então, nesse sentido, faço questão de, ao mesmo tempo em que me solidarizo com as famílias atingidas, famílias que passaram um Carnaval cheio de transtornos, cheio de dificuldades, cumprimentar esse trabalho realizado pelo Governador Tião Viana e pelo Prefeito Angelim

O Sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB – DF) – Senador.

O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco/PT – AC) – E também a solidariedade atenta da Presidenta Dilma, que mobilizou toda estrutura do Governo Federal para atender no que fosse necessário para diminuir o sofrimento das vítimas da alagação do rio Acre.

Ouço, com muita atenção, o Senador Rollemberg.

O Sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB – DF) – Senador Anibal Diniz, eu quero me solidarizar também com o povo do Acre, que, neste momento, passa por dificuldades enormes em função das enchentes que ocorrem em vários Municípios daquele Estado. É importante ressaltar o trabalho que o Senador Jorge Viana realizou, nesta Casa, no ano passado, ao presidir uma comissão especial para repensar a área de defesa civil no nosso País. O fato é que precisamos nos adaptar às mudanças climáticas. O que está ocorrendo é que percebemos, a cada ano, uma ocorrência maior de eventos climáticos extremos, trazendo grandes prejuízos, grandes aflições e sofrimentos à população brasileira. Neste momento, o Acre deve receber a solidariedade de todo o Senado Federal, de todo o País, deve ter todo apoio do Governo Federal para que possa enfrentar essa enorme dificuldade em função das enchentes. Cumprimento V. Exª pela preocupação e por trazer esse tema, como um digno representante daquele Estado. V. Exª traz a sua preocupação em minorar o sofrimento daquela população naquele momento.

Mas eu queria lhe pedir licença por um minuto – eu estava presidindo a Mesa – para fazer um breve comentário sobre a fala que o Senador fez se referindo ao quadro político-partidário brasileiro em que ele vê um prejuízo muito grande em reduzir o quadro partidário a uma polarização entre PT e PSDB. Em primeiro lugar, eu quero registrar o profundo respeito que tenho por esses dois partidos, pela trajetória de cada um deles, pelas contribuições que deram ao processo político no nosso País. Estamos vivendo um processo de consolidação e aprofundamento da democracia e temos de reconhecer que tanto o PSDB quanto o PT deram a sua contribuição.

Mas, como representante do PSB, não posso ficar calado ao ouvir uma referência como se os demais partidos fossem uma federação de partidos que seriam meros satélites dos demais partidos. Não. No caso do PSB, não. O PSB é um partido que vem se construindo, vem se consolidando, vem crescendo e obtendo o reconhecimento da população brasileira. Vem crescendo devagar, mas crescendo com regularidade e, sobretudo, com coerência. É algo de que nós nos orgulhamos muito no quadro político-partidário brasileiro. O PSB elegeu seis Governadores nas últimas eleições. Da base de apoio da Presidenta Dilma, foi o partido que elegeu mais governadores. E temos muito orgulho de ter, entre os três Governadores melhor avaliados no Brasil, dois do PSB, sendo que o nosso Presidente, o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem aprovação de 82%. Também na avaliação dos Prefeitos de capital o PSB também aparece com dois entre os Prefeitos melhor avaliados. O que nós temos – e temos muito claro – é a necessidade de uma política de alianças – e aí temos o PT como um aliado histórico – no sentido de garantir os avanços que vimos garantindo para o Brasil.

O Brasil nos últimos anos conseguiu voltar a crescer, aliando crescimento com distribuição de renda, redução da pobreza, redução das desigualdades sociais, mas temos muito claro que temos as nossas diferenças, temos a nossa identidade e que estamos construindo junto ao povo brasileiro o nosso caminho, e este reconhecimento existe. Peço desculpas por tratar de um assunto diferente do tema do seu pronunciamento, mas, como já usei o meu tempo, não poderia deixar de fazer essa observação ao pronunciamento do brilhante Senador Pedro Taques, que é uma das figuras que mais oxigenaram o Senado Federal e que dá uma contribuição enorme à melhoria do debate político nesta Casa. Cumprimento mais uma vez V. Exª pela preocupação com o povo do seu Estado, que tem aqui toda solidariedade nossa para que o Senado possa tomar todas as medidas que estiverem ao seu alcance para que possamos minorar o sofrimento do povo do Acre.

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