A situação dos refugiados haitianos, acampados na cidade peruana de Iñapari, foi lembrada nesta segunda-feira (06/02), pelo senador Aníbal Diniz (PT-AC). O senador lamentou a situação dos 290 haitianos que estão na fronteira com o Brasil, impedidos de entrar no País por não possuírem o visto, e vivendo em situação sub-humana. A expectativa de Aníbal é com a abertura de um acordo entre Brasil, Peru, República Dominicana e Equador, que possibilite a entrada regular dos haitianos no Brasil.
“Tem que haver conversação entre as autoridades diplomáticas desses países, no sentido de que os haitianos não sejam explorados por coiotes e que possam ter uma forma de conseguir entrada regular no Brasil, conforme quer a Presidenta Dilma, que já anunciou que vai conceder cem vistos mensalmente a partir de Porto Príncipe para que esses haitianos possam entrar no Brasil”, afirmou o senador.
Nesta terça-feira (07/02), representantes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil se reunirão com representantes do governo do Peru, para tratar da situação dos haitianos refugiados em Iñaperi. Para o senador, o fechamento de um acordo é de extrema importância para que os haitianos deixem de ser vítimas dos coiotes, ou seja, dos traficantes de pessoas.
No início do mês, durante visita ao Haiti, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre as intenções de regularizar a situação de quatro mil imigrantes haitianos que já estão vivendo no País. O Governo criou um visto especial de permanência, que não exige a comprovação de vínculo empregatício no Brasil antes da vinda para o País. As novas regras poderão beneficiar 1.200 haitianos por ano.
Concentrados nos estados brasileiros que fazem fronteira com Peru e Bolívia, muitos dos haitianos que entraram irregularmente no País já receberam documentos dos governos estaduais e, com isso, estão conseguindo colocações em postos de trabalhos. “Nós já conseguimos, por meio da Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos, encontrar ocupação, trabalho, inclusive com carteira assinada, para a maioria desses haitianos”, afirmou o senador, que citou o caso dos haitianos instalados em Basiléia, no Acre, que estão sendo contratados por empresas de Minas Gerais e pela multinacional Sadia. Com essas contratações, todos os imigrantes de Basiléia terão emprego.
Eunice Pinheiro