Aníbal elogiou a participação da delegação de seu estado, o Acre, comandada pelo governador reeleito Tião Viana (PT). Os acrianos levaram à COP20 relatos de uma rica experiência de valorização dos povos da floresta e de suas economias tradicionais, não agressivas à natureza. É um trabalho que começou em 1999, com a posse do primeiro governador petista, o hoje vice-presidente do Senado, Jorge Viana, e prosseguiu nos governos de Binho Marques e Tião Viana.
“No painel especial denominado ‘Dia de Soluções para a Amazônia’ (The Amazon Solutions Day), Tião Viana apresentou experiências significativas de valorização dos serviços ambientais que colocam o Acre numa posição de protagonista no plano internacional no que diz respeito à busca de alternativas para conter o aquecimento global a partir de soluções ambientalmente corretas”, contou Aníbal. Entre essas experiências está a indústria de preservativos naturais de Xapuri e a cadeia produtiva da castanha, atividade extrativista que, além de fornecer o produto in natura, utiliza-o como insumo nas indústrias alimentícia e de cosméticos, por exemplo.
“Diversos arranjos produtivos fomentados e apoiados pelo governo do Acre contribuem para a diminuição da pressão sobre a floresta, ao mesmo tempo em que asseguram rendimentos econômicos, melhoria da qualidade de vida da população e ao mesmo tempo a preservação do meio ambiente”, destacou o senador.
Outra atividade acompanhada por Aníbal na COP20 foi a Reunião Interparlamentar, realizada sob a coordenação da União Parlamentar Internacional (Interparlamentaria). Nesse encontro, o senador defendeu a premência de se construir caminhos para a remuneração de serviços ambientais, valorizando a ação dos homens e mulheres da floresta. “Uma vez que tenham melhores condições de vida, eles podem contribuir mais, como verdadeiros guardiões das nossas florestas, ajudando no equilíbrio do Planeta e no combate ao aquecimento global, que é a grande discussão do momento”.
Os debates da COP20 são mais uma rodada na busca de um compromisso comum para a redução dos gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, liberados principalmente na queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento. Os resultados dessas conversações contribuirão para os termos de um acordo que deverá ser aprovado em 2015, em um encontro em Paris, na França, para entrar em vigor em 2020. O objetivo é conter os efeitos da mudança climática no Planeta.
Agora, em Lima, estão sendo discutidos temas como a responsabilidade histórica das emissões e a formulação de parâmetros para que os países apresentem suas metas de redução dessas emissões. “Foi discutido ainda o que será feito entre 2015 e 2020 para reduzir o lançamento de poluentes atmosféricos (segundo e de acordo com o Protocolo de Kyoto)”, explicou Aníbal.
Ele expressou confiança em que as negociações deste ano possam chegar a avanços significativos. “Para isso, concordamos que é fundamental tratar de maneira equilibrada os elementos-chave para esse acordo: financiamento, desenvolvimento e transferência de tecnologia e incentivo à capacitação e transparência, especialmente para os países em desenvolvimento”.
Cyntia Campos
