O socialista Tabaré Vazquez, que já governou o Uruguai entre 2005 e 2010, vai suceder ao popular presidente Pepe Mujica, sem companheiro de Frente Ampla. Tabaré obteve 53,6% dos votos, contra os 41,1% do conservador Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, o que representou a maior diferença de votos já obtida pela esquerda uruguaia. A Frente Ampla ainda assegurou a maioria no Congresso, no primeiro turno das eleições, em outubro passado.
“É mais uma vitória da esquerda conquistada contra o bombardeio não só dos adversários, mas também da grande mídia”, destacou Aníbal Diniz, lembrando a vitória da socialista Michelle Bachelet, no Chile, e a reeleição da petista Dilma Rousseff, neste ano de 2014. “Foram campanhas duras, difíceis, mas, ao final, ficou claro que o eleitorado da América do Sul vem impondo derrotas sucessivas às forças conservadoras”.
Para o senador petista, essa hegemonia eleitoral alcançada pela esquerda do continente se explica, principalmente, pelas políticas sociais que têm revertido as históricas condições de carência do povo da região. No caso do Uruguai, só no quinquênio de governo Mujica, a pobreza extrema foi reduzida a 2% da população, enquanto a pobreza atinge hoje 10% dos uruguaios. Aníbal elogiou a coragem do atual presidente do país vizinho em apresentar para o debate da sociedade questões polêmicas, como a descriminalização do aborto e da maconha e a instituição do casamento igualitário, que, incorporados à legislação uruguaia, representam uma grande mudança cultural.