Aníbal vê desencontro entre “Brasil real” e “Brasil da mídia”

Para o senador, o clima de ódio e
preconceito ofusca a verdade e
impede um autêntico debate
democrático

Às vésperas do ato que marcará os 10 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Federal, o senador Aníbal Diniz (PT-AC) subiu à tribuna para ressaltar o legado governo democrático e popular do Brasil, tendo à frente o ex-presidente Lula, durante oito anos, e agora a presidenta Dilma, que está já entrando no terceiro ano.

Em pronunciamento recente, o senador acreano havia chamado atenção para uma “dicotomia”: o Governo Dilma, com índices recorde de aprovação da opinião pública, conforme aferição dos institutos de pesquisas, é alvo frequente das críticas da “opinião publicada”, que insiste em “mostrar o Brasil como se ele estivesse no caminho errado”.

Ao retomar o tema, em discurso ao Plenário nesta quinta-feira (14), Aníbal demonstrou preocupação com o ambiente político no Brasil, que, segundo ele, vem se tornando crescentemente tenso e radicalizado.

“Sobram insultos e preconceitos, mas faltam a tolerância e o bom senso que asseguram a civilidade. Sobra o desrespeito, mas falta o diálogo que fundamenta a democracia. Sobra o diagnóstico apressado, porém falta a análise racional que pode iluminar os caminhos e as alternativas. Sobram versões e distorções, mas falta a concretude dos fatos que tem de balizar toda atividade humana”, disse ao atestar que “há, sobretudo, um ódio”, dirigido ao PT e ao ex-presidente Lula.

Para o senador, esse clima ofusca a verdade e impede um autêntico debate democrático. Ele reclamou que o retrato do País “pintado” pela mídia tradicional mostra um quadro de caos, desagregação social e política e falta de rumo que não encontra nenhuma correspondência com a realidade objetiva. Aníbal Diniz afirmou que a comemoração dos dez anos dos governos Lula e Dilma certamente será a ocasião se fazer o bom debate e para mostrar, efetivamente, o que aconteceu no Brasil nos últimos dez anos. “Nós podemos estar aqui de peito aberto fazendo esse testemunho de que o Brasil do Presidente Lula, o Brasil da Presidenta Dilma, é um Brasil infinitamente melhor do que era o Brasil de Fernando Henrique”.

Petrobras

Para exemplificar, Diniz citou a divulgação recente dos resultados da Petrobras, que registraram uma redução nos lucros da empresa — e não “prejuízos”, como veiculou a grande imprensa. “Pelo que se lê em boa parte dos grandes jornais e revistas, parece que a empresa estaria à beira da falência” por má gestão dos governos do PT. “O Partido dos Trabalhadores teve toda a preocupação no sentido de preservar o patrimônio nacional, o que não ocorreu no Governo de Fernando Henrique Cardoso, que fez a privatização de várias empresas nacionais e certamente faria também a da Petrobras caso tivesse permanecido na Presidência da República. E, ainda assim, o PT é exposto como se não tivesse o devido cuidado com a Petrobras”, ressaltou.

Ao lembrar que o lucro líquido da Petrobras em 2012 foi de R$ 21,5 bilhões, Aníbal Diniz pontuou que tal diminuição foi ocasionada, essencialmente, pela valorização cambial e pelo aumento do preço dos derivados de petróleo no mercado internacional. “Trata-se de uma dificuldade conjuntural que, como reconheceu de forma transparente a Presidente da companhia, a competente Graça Foster, deverá se repetir este ano, pois, com a necessidade de trabalho de manutenção das plataformas marítimas, a produção nacional de petróleo apresentará decréscimo”, disse ao acrescentar que a diminuição de lucros já estava prevista no planejamento da empresa, que tem realizado grandes investimentos para viabilizar a exploração do pré-sal.

Nos últimos 10 anos, a Petrobras apresentou um desempenho extraordinário – a produção de óleo nacional aumentou em 73%, enquanto a produção mundial da mesma commodity aumentou em apenas 12%. O mesmo ocorreu com a produção de gás natural, incrementada em 61%, diante de uma produção internacional de 36%. As reservas provadas de gás e petróleo do Brasil aumentaram 73%, ao passo que as reservas mundiais se ampliaram em 38%. Nos últimos cinco anos, mais de 50% das descobertas de novas jazidas de óleo e gás foram feitas em águas profundas, e a Petrobras é responsável por 63% dessas descobertas. “Na realidade, com o pré-sal, a Petrobras deverá dobrar de tamanho até 2020, e o Brasil se transformará no país fora da OPEP que terá o maior aumento na produção de gás e petróleo até 2030”, destacou.

Emprego e renda

O senador fez questão de ressaltar a queda contínua do desemprego no País. Em dezembro do ano passado, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de apenas 4,9%. Em dezembro de 2002, esse índice era de 12%.  “Enquanto muitos países desenvolvidos apresentam atualmente recordes máximos de desemprego, o Brasil tem o seu recorde mínimo. Tal fenômeno aconteceu porque o Brasil vem gerando empregos formais”.

No governo Lula, foram gerados mais de 14,5 milhões de empregos com carteira assinada, mais do que o dobro da gestão anterior e a massa salarial aumentou cerca de 21% em termos reais. No biênio 2011/2012, mesmo com menor crescimento da economia, foram gerados cerca de 4 milhões de empregos formais. A política de aumento real de salário-mínimo, também implementada pelo PT, o elevou o vencimento a R$ 678, cerca de US$ 340.  “Essa substancial ampliação do emprego e dos rendimentos do trabalho provou uma revolução na estrutura social do Brasil. Com efeito, o grande feito do governo Lula, que se amplia no governo Dilma, foi a notável redução das desigualdades”, pontuou.

Inclusão social

As políticas sociais adotadas nas gestões petistas também foram lembradas no discurso de Aníbal Diniz, que chamou atenção para a redução da desigualdade social, a retirada de milhões de brasileiros da pobreza e para a ascensão da chamada Classe C.

“Nós tivemos, com as políticas sociais e com os esforços do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, o resgate da dignidade do trabalhador brasileiro e a inclusão de milhões e milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha de pobreza e passaram a ter dignidade”.

Ao avisar que voltará a tratar dos avanços conquistados nas gestões petistas, o senador lembrou ainda do crescente investimento na melhoria da educação brasileira com a ampliação das escolas técnicas federais do aumento do acesso à universidade por meio do ProUni.

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