Foram-se a lousa, o dicionário e as horas na biblioteca consultando livro atrás de livro para saber mais sobre um tema. A “biblioteca virtual” anda com você: é só acessar o Google ou a Wikipedia e pronto, está lá a informação. Ela vem variada, rica e fria.A elaboração do que vem vai depender da capacidade do sujeito ou do aluno em “destrinchar” o tsunami recebido. A partir daí, serão muitos os fatores envolvidos, mas o principal continua o mesmo.Para aprender a usar toda essa tecnologia, iniciar qualquer busca, não desistir, o fator principal continuará sendo o que o computador não oferece: a afetividade.
Não que os que não tiveram as benesses do amor familiar ou de professores dedicados e competentes não possam superar as barreiras e utilizar muito bem o computador. Podem, como atestam os milhares de pessoas que encontram na internet o seu paraíso: não precisam expor-se, ser amáveis, frustrar-se nem relacionar-se. Talvez nem aprender. Para a maioria, entretanto, este não é o sonho.Existem pesquisas, muitas e antigas, mostrando quanto o medo, a frustração e a timidez desgastam e travam o aluno, enquanto a serenidade e a tranquilidade do professor (a) auxiliam na redução ou na eliminação desses sentimentos desagregadores.
Os bons mestres são observadores e intérpretes perspicazes dos dizeres e das atitudes de seus alunos e conseguem identificar e compreender as dificuldades que surgem na apropriação do conhecimento, sejam elas na relação interpessoal ou com a máquina. Será dessa mediação, daquela palavra de estímulo na hora certa ou da caçoada, da humilhação ou da falta de paciência que dependerá o êxito da aprendizagem.
Esse mundo da tecnologia depende, e muito, do velho e eterno mestre.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) escreve aos sábados na p2 da Folha de S. Paulo