O número de crianças que conseguem ter acesso ao café da manhã, almoço e janta no Brasil caiu drasticamente. Entre 2020 e 2021, período crítico diante da pandemia da Covid-19, apenas 26% das crianças de 2 a 9 anos de idade conseguem realizar as três principais refeições do dia.
Os inúmeros retrocessos e o descaso do governo de Jair Bolsonaro que colocou o Brasil de volta no Mapa da Fome, que negligenciou o Coronavírus e deixou milhares de desempregados são comprovados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde, que realizou a coleta de dados.
Em 2020, o índice de acesso às refeições foi ainda pior, com 21% de crianças. Conforme o Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), as crianças das famílias mais pobres são as mais afetadas devido à perda de emprego durante a pandemia.
O SISVAN é uma ferramenta de monitoramento da situação alimentar e nutricional da população atendida nos serviços de Atenção Básica no Brasil, que monitora as famílias atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Alimentos processados
O levantamento também mostra que a quantidade de crianças que consome alimentos ultraprocessados (85%) é maior do que a quantidade que come frutas (77%) e verduras (66%).
Esses indicadores se mantiveram estáveis nos últimos anos, reforçando a ingestão de guloseimas e bebidas açucaradas que, ano após ano, é maior que a de alimentos naturais.
Legado do PT no combate à fome
A segurança alimentar e nutricional dos brasileiros sempre foi premissa para o Partido dos Trabalhadores (PT). As políticas de combate à fome como o programa social Fome Zero, lançado em 2003 pelo presidente Lula, levaram o Brasil a sair do Mapa da Fome, anunciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
No governo de Dilma Rousseff, em 2015, 76% dessas crianças que hoje passam fome realizavam pelo menos três refeições por dia. No ano do golpe, quando Temer assumiu em 2016, esse número caiu para 42% e em 2019, com Bolsonaro, apenas 28% das crianças conseguem ter acesso ao café da manhã, almoço e janta.
Conforme a FAO, em 2018, 14% da população brasileira, ou 29 milhões de pessoas, não tinham condições de acesso a uma dieta saudável. Com Bolsonaro no poder, a situação só piorou.
Em 2014, a fome moderada ou severa atingia 11% da população brasileira. Em 2019 (também antes da pandemia), esse índice chegou a 16%, e, em 2020, a impressionantes 24% (1 em cada 5 brasileiros).