O presidente Lula deve ser convidado para participar da reunião do G7, que reúne sete dos países mais industrializados do mundo. O evento ocorrerá entre os dias 19 e 21 de maio na cidade de Hiroshima, no Japão.
A informação foi divulgada pelo Jornal da Globo. O convite para o encontro costuma ser feito a países de relevância e que não são integrantes do grupo. A última vez que o Brasil esteve presente na reunião foi em 2008, durante o segundo mandato de Lula.
“Esse convite, quando formalizado, servirá para ilustrar que o Brasil está retomando os seus espaços no cenário mundial, o seu lugar de player global, depois do isolamento em que o governo Bolsonaro meteu o país, nos trazendo incontáveis prejuízos nas nossas relações internacionais”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Durante o governo Jair Bolsonaro, o Brasil ficou marcado pelo isolamento do resto do mundo na política externa. Foi o período em que a abordagem ideológica se tornou uma constante nas relações diplomáticas do país, com direito até a insulto sexista do ex-presidente à primeira-dama francesa, Brigitte Macron.
Para a senadora Augusta Brito (PT-CE), o governo anterior não se importava que o país fosse tratado como um pária internacional. “Deixamos isso para trás e vamos agora construir relações duradouras e construtivas com todos os países. O G7 é o foro apropriado para Lula mostrar que o Brasil está de volta, como tão bem já manifestou o presidente da Alemanha Frank-Walter Steinmeier”, afirmou a parlamentar.
A realidade dos últimos quatro anos contrasta com períodos anteriores, quando o Brasil era uma das nações mais presentes no evento.
A primeira participação do país em reuniões com as economias mais ricas foi em 2003, quando o então presidente Jacques Chirac convidou Lula e outras nações emergentes para a cúpula – naquela época, o grupo tinha a participação da Rússia e era conhecido como G8. Atualmente, são integrantes EUA, Itália, França, Japão, Canadá, Reino Unido e Alemanha.
A possível participação brasileira será um sinal de prestígio com a volta de Lula ao comando do Executivo, segundo a senadora Teresa Leitão (PT-PE). “O presidente já fez algumas viagens internacionais, tem tido um comportamento bastante republicano e, ao mesmo tempo, defende o Brasil nesses fóruns. A participação nesses fóruns é sempre muito importante para uma política de relações exteriores equilibrada. E que recoloque o Brasil no centro desse debate, ocupando o lugar que merece ocupar”.
O Brasil também esteve no evento de 2005, na Escócia. Em 2006, Angela Merkel uma vez mais convidou o país para a cúpula que ela organizava, algo que se repetiu no ano seguinte no Japão e em 2008 na Itália.