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Fim da Escala 6x1 para dar dignidade
O fim da exaustiva jornada de trabalho de 6×1, sem redução de salário, é a nova prioridade da agenda social do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O compromisso foi reafirmado nesta quarta-feira (26/11), em Brasília, durante a cerimônia de sanção da nova tabela do Imposto de Renda, que isenta trabalhadores com rendimentos mensais até R$ 5 mil e estipula desconto progressivo para quem recebe até R$ 7,35 mil.
O presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, alinharam o discurso em defesa da modernização das relações de trabalho, apontando a escala 6×1 como incompatível com o século XXI.
Para Lula, o Brasil precisa superar regras ultrapassadas que não dialogam com as novas tecnologias e necessidades humanas. “A gente não pode continuar com a mesma jornada de trabalho de 1943, não é possível. Os métodos são outros, a inteligência foi aprimorada”, afirmou Lula. “O que eu quero é dar ao povo a oportunidade de ter o que ele nunca teve: dignidade e tempo para viver”, disse.
Em entrevista exclusiva ao Café PT, o ministro Luiz Marinho detalhou a urgência da pauta. Segundo ele, a resistência de alguns setores empresariais ignora o custo humano e social da sobrecarga de trabalho.
“A jornada 6×1 se revela uma jornada cruel. É a mais cruel das jornadas, em que você tem apenas uma folga durante a semana. Isso impede o convívio familiar, o lazer e adoece o trabalhador”, declarou Marinho.
O ministro destacou que a mudança é uma questão de saúde pública, alertando que o atual modelo gera altos índices de afastamento por doenças, especialmente transtornos mentais e psicossociais. “Um ambiente saudável ajuda a combater o absenteísmo e melhora a produtividade”, completou.
Um dos pontos centrais abordados pelo governo é a garantia de que a redução da carga horária não implicará perda de renda. Marinho foi taxativo ao desmontar narrativas que tentam amedrontar a classe trabalhadora.
“Toda redução de jornada, seja por convenção coletiva ou por lei, é sem redução da remuneração”, garantiu o ministro.
A lógica defendida por Lula e pelo PT é clara: trabalhador com tempo livre e dinheiro no bolso consome mais, movimentando a economia. “Quando você remunera bem o seu trabalhador, você o enxerga também como um potencial consumidor, não apenas como um fornecedor de mão de obra”, reforçou Marinho.
A pauta tem um recorte de gênero fundamental. O governo reconhece que a escala 6×1 pune desproporcionalmente as mulheres, muitas vezes chefes de família que enfrentam dupla jornada.
“Para as mulheres, essa jornada é ainda mais sacrificante. Mudar isso é garantir que mães e trabalhadoras tenham o direito de estar com seus filhos e de cuidar de si mesmas”, pontuou o ministro.
Com a previsão de que o debate se intensifique no Congresso Nacional no primeiro trimestre de 2026, o governo convocou a base social a se manter ativa. O ministro Luiz Marinho lembrou que conquistas históricas, como a própria isenção do IR sancionada ontem, só foram possíveis graças à pressão popular.
“O Congresso terá sensibilidade se houver mobilização. Não adianta ficar só na torcida. É preciso agir”, finalizou Marinho.
Além do fim da escala 6×1, o presidente Lula sinalizou que avançará na desoneração da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), corrigindo a injustiça de tributar quem trabalha enquanto lucros e dividendos seguem isentos.



