A defesa do ex-presidente Lula foi surpreendida por mais uma denúncia feita pela Lava Jato de Curitiba sem qualquer materialidade e em clara prática de lawfare. A peça, de acordo com o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, também subscrita pelos procuradores que recentemente tiveram suas condutas em relação a Lula analisadas pelo CNMP após 42 adiamentos — e foram beneficiados pela prescrição —, busca criminalizar 4 doações lícitas feitas pela empresa Odebrecht ao Instituto Lula entre 2013 e 2014.
“Tais doações, que a Lava Jato afirma que foram dissimuladas, estão devidamente documentadas por meio recibos emitidos pelo Instituto Lula — que não se confunde com a pessoa do ex-presidente — e foram devidamente contabilizadas”, explica nota da defesa de Lula.
O senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT, reagiu com indignação a nova investida da operação Lava Jato contra o ex-presidente. “A surpresa sobre essa denúncia é que a investida política da Lava Jato contra o Brasil já foi desmascarada. A força-tarefa é um instrumento de perseguição e obstrução da vida pública de Lula”, destacou.
Já o senador Humberto Costa (PT-PE) enfatiza a nova investida da operação contra seus adversários com acusações sem materialidade, justamente no momento em que “a ilegalidade de seus métodos em relação a Lula foi reconhecida recentemente em pelo menos três julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal Federal”.
Na avaliação do senador Paulo Rocha (PT-PA), a operação Lava Jato “deu relevância à pior espécie de justiçamento, feito em campanhas de mídia”.
“Esse justiçamento politizou, partidarizou e corrompeu parte do sistema judiciário. Contribuiu para o golpe de 2016 e foi decisiva para alterar o resultado da eleição de 2018, levando Bolsonaro ao poder”, enfatizou.
Em nota, o advogado Cristiano Zanin afirma que a nova investida da Lava Jato contra Lula reforça a necessidade de ser reconhecida a suspeição dos procuradores de Curitiba em relação ao ex-presidente, que está pendente de análise no Supremo Tribunal Federal, assim como a necessidade de ser retomado o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro — a fim de que os processos abertos pela Lava Jato de Curitiba em relação a Lula sejam anulados.
“O excesso de acusações frívolas e a repetição de acusações são táticas de lawfare, com o objetivo de reter o inimigo em uma rede de imputações, objetivando retirar o seu tempo e macular sua reputação”, explica Zanin.