Com a estagnação econômica e a restrição orçamentária de milhares de famílias que sofrem com o desemprego, aumentou a taxa de inadimplência entre os brasileiros com mais de 61 anos. Ao menos três milhões de idosos não conseguiram pagar as contas de luz, água e gás em julho deste ano, revela pesquisa da Serasa Experian.
O atraso no pagamento de contas básicas representa 34,3% do total de dívidas de 8,8 milhões de idosos, em julho, mês em que o Brasil registrou um total de 61,6 milhões de inadimplentes. Os idosos estão 14,9 pontos percentuais mais endividados com contas básicas do que a média nacional, que é de 19,4%.
De acordo com a técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adriana Marcolino, em períodos de crise como a que o País enfrenta, com a queda por dois anos consecutivos do PIB, a dificuldade de recuperação econômica no curto prazo e os recordes nas taxas de desemprego, o aposentado se torna o “arrimo da família”. Ou seja, a garantia de renda fixa ao fim do mês, seja com o benefício que recebe de aposentadoria, seja via empréstimo.
“E os empréstimos consignados contraídos por ele para pagamento de dívidas familiares é descontado direito da aposentadoria. Ele não tem escolha e as contas básicas como a luz, que aumentou muito acima da inflação no último período, não são pagas, porque o orçamento já está comprometido”, explica Adriana.