Pela primeira vez, em pelo menos uma década, o Brasil ficou abaixo da taxa de 0,5% no total do comércio mundial de manufaturados. É o que aponta o estudo “O Brasil e as exportações de manufaturas em 2021”, divulgado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) ao jornal Valor nesta terça-feira (28).
Segundo o levantamento, elaborado tomando por base dados da Organização Mundial do Comércio (OMS), a participação do país nas exportações mundiais no setor de manufaturas saiu de 0.52% em 2019 para 0,43% em 2020 e subiu levemente para 0,47% em 2021. De acordo com o economista Rafael Cagnin, do Iedi, desde 2010, ano em que se iniciou o estudo do Iedi, o Brasil nunca tinha ficado com parcela inferior a 0,5%.
A queda verificada na última década, mantida abaixo de 0,5% pela inércia do governo Bolsonaro no setor, resultou na perda de seis posições pelo Brasil no ranking mundial dos maiores exportadores de manufaturados no mundo, tirando o país da 28ª posição de 2010 para a 34ª em 2021.
Ainda de acordo com o economista, um dos principais obstáculos à competitividade do Brasil no exterior nesse setor diz respeito à pouca integração da indústria brasileira no mercado externo. “Exportamos cada vez menos (manufaturados) em relação a outros países”, relatou Cagnin ao jornal.
Também a falta de infraestrutura e logística na indústria brasileira são alguns dos vários fatores apontados por especialistas com relação à queda da participação do país no mercado externo de manufaturados.