Governo Lula

Aprovação de Jean Paul para Petrobras pode ser acelerada

Renúncia do atual presidente da estatal de petróleo abre caminho para que etapas legais para aprovação final da indicação de Lula sejam cumpridas dentro dos prazos mínimos permitidos

Jean Paul Prates, líder da Minoria no Senado

Aprovação de Jean Paul para Petrobras pode ser acelerada

Agência Senado

O processo de indicação e aprovação do presidente da Petrobras pode levar semanas, mas poderá ser acelerado no caso do senador Jean Paul Prates (PT-RN) em razão da renúncia de Caio Paes de Andrade ao cargo, anunciada ontem e confirmada pelo Conselho de Administração da empresa.

Reunido na manhã desta quarta (4), o conselho aprovou o encerramento antecipado do mandato de Andrade e confirmou sua renúncia à função de conselheiro. Ao mesmo tempo, o grupo nomeou como presidente-interino João Henrique Rittershaussen, diretor de Desenvolvimento da Produção.

Segundo especialistas do setor, é interesse da própria companhia agilizar o processo de aprovação do novo presidente para garantir estabilidade na transição do posto. Nenhuma etapa deixa de ser observada, mas é provável que tudo aconteça dentro de prazos mínimos.

Como acionista majoritário da Petrobras, o governo Lula pode indicar 8 dos 11 conselheiros, entre eles o presidente da empresa e o presidente do conselho. Os demais membros — 2 indicados pelos acionistas minoritários e 1 pelos trabalhadores — têm mandato até abril de 2024.

A indicação tem início no Ministério de Minas e Energia, que envia os indicados para aprovação prévia da Casa Civil da Presidência. Em seguida, os nomes seguem para a Petrobras, onde o Comitê de Elegibilidade da Petrobras emite parecer sobre o atendimento aos requisitos internos para assumir o cargo e possíveis vedações.

O parecer segue então para o Conselho de Administração, que analisa a aprovação do nome indicado como membro do conselho e presidente. Caso necessário, uma assembleia pode ser convocada para confirmar a decisão do conselho.

Expectativa positiva

O indicado de Lula para dirigir a estatal de petróleo é um crítico ferrenho da política de paridade de preços de importação (PPI), adotada pela empresa logo após o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff. Ele foi relator, no Senado, do projeto de lei de autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE) que cria um sistema de estabilização de preços de combustíveis. O texto, aprovado no Senado e engavetado na Câmara, recebeu contribuições da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

O nome de Jean Paul Prates é visto com simpatia pela entidade, que divulgou nota em tom otimista diante da indicação do senador, especialista no setor de petróleo, biocombustíveis e gás, tendo sido relator da área no governo de transição de Lula, nos últimos dois meses, que também teve a participação da FUP.

“Que o novo presidente da Petrobras traga novos ares para esta empresa. Que a palavra corrupção seja definitivamente banida da comunidade petroleira, que os contratos sejam assinados por qualidade técnica e menor custo e não por interesses escusos, que a Petrobras volte a ser uma empresa de energia e não somente mais uma empresa de petróleo, investindo em formas de energia limpa e deixando o petróleo ser utilizado naqueles produtos em que seja de fato insubstituível”, diz o texto.

Os petroleiros defendem ainda a valorização dos trabalhadores com programas de capacitação, investimento em pesquisa e inovação, respeito ao meio ambiente e que volte a ser a maior e melhor empresa do país. “Que o senador Jean traga de novo este orgulho de ser Petrobras”, encerra a nota.

(Com site da FUP)

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