Os artifícios tramados por Jair Bolsonaro e seu ministro-ilusionista Paulo Guedes para gerar indicadores econômicos favoráveis – e temporários – no período eleitoral vão desmoronando como um castelo de cartas ao vento, antes mesmo do segundo turno.
A economia, que o inquilino do Planalto costuma dizer que “está bombando”, na verdade está “uma bomba”.
A começar pela “prévia do Produto Interno Bruto (PIB)”: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador sofreu queda de 1,13% em agosto em comparação a julho, a maior desde março de 2021.
O tombo reflete o baixo nível de atividade tanto da indústria quanto do comércio varejista, atingidos em cheio pelos altos juros estipulados pelo próprio Banco Central, que Guedes tornou “independente”.
Gasolina volta a subir
Para piorar o quadro, o truque da “deflação” via redução de preços dos combustíveis também começa a evaporar. Após 15 semanas de queda, o preço da gasolina voltou a subir nos postos de 15 estados e do Distrito Federal, conforme a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Na semana passada, o combustível foi vendido em média a R$ 4,86 por litro, com salto de 1,4% em relação à semana anterior. A maior alta (10,3%) ocorreu na Bahia, atendida pela Refinaria de Mataripe, privatizada pelo desgoverno Bolsonaro. Ela já promoveu dois reajustes desde que as cotações internacionais do petróleo voltaram a subir.
“Eu tô cantando essa pedra há um tempão, dizendo que o governo tinha comprado um crescimento falso, tinha comprado inflação mais baixa também falsa, que ia durar poucos meses, e que estava fazendo uma bomba-relógio que iria estourar depois das eleições”, afirmou o economista Eduardo Moreira em vídeo postado no Twitter.