O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho Júnior, deu uma importante e vital contribuição para a defesa da presidenta Dilma Rousseff na comissão do impeachment. No final da noite de quarta-feira (8), Carvalho Júnior foi taxativo: “uma coisa é o processo da pedalada, que é um processo de auditoria comum. Inclusive no início do relatório dessa auditoria, eu fiz questão de ressaltar que o que estava constando daquele relatório não era uma análise exaustiva”, afirmou.
O auditor acrescentou que, logo no início da auditoria, se observava apenas um mês da execução orçamentária. E essa auditoria era relativa ao ano de 2014, que não é o foco do processo de afastamento de Dilma. O foco é o ano de 2015, que sequer foi analisado ainda pelo TCU e, por essa razão, não se sabe quando o Congresso Nacional irá analisá-lo.
Para o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, o depoimento do auditor do TCU, indicado pelos advogados tucanos autores da denúncia, foi preciosíssimo porque não conseguiu apontar um único ato da presidenta da República que levaria à sua condenação por crime de responsabilidade. “Na denúncia não fica claro; no parecer da Câmara não fica claro; no parecer do Senado diz-se que vai se aprofundar mais. E, aprofundando mais, fica claro que não era a presidenta que deliberava nada. Querem construir uma tese para que ela seja culpada daquilo que não é a ela imputável”, disse.
O auditor disse que, em seu entendimento, houve uma operação de crédito quando se atrasou o pagamento da equalização da taxa de juros pelo Tesouro ao Banco do Brasil, no âmbito do Plano Safra, mas Cardozo refutou essa tese ao lembrar que tanto os decretos quanto o Plano Safra eram operações “ex lege”. “É por isso que ali é um atraso de pagamento e não uma operação de crédito. Não é a presidenta que fazia essa gestão, eram outros órgãos”, disse Cardozo.
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