Aumento do salário de mulheres e negros acelera em 2012

O aumento da renda dos trabalhadores que pertencem a minorias aumenta mais rapidamente, na comparação entre 2011 e 2012 do que desde 2003, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME- IBGE).

A renda de pessoas com menos de um ano completo de estudo, por exemplo, subiu 9,6% em 2012 e 4,22% na média do período 2003 a 2012. “Essa diferença em 2012 é particularmente favorável a grupos da sociedade tradicionalmente excluídos, como mulheres, negros, analfabetos, nordestinos e moradores das periferias metropolitanas”, diz o estudo.

A renda individual média de trabalhadores entre 15 e 60 anos de idade subiu 4,89% de 2011 para 2012 contra a taxa média de 4,35% entre 2003 e 2012. No caso das mulheres, o crescimento registrado no período foi de 5,53% para 6,53%. As respectivas taxas para pretos e pardos foi 7,07% e 5,17%.

No aspecto espacial há também maior crescimento de localidades mais pobres, como as periferias das metrópoles, cuja renda cresceu 7,07% em 2012 e 5,52% na média anual entre 2003 a 2012. Recife, a metrópole mais pobre das seis consideradas, apresentou a taxa de crescimento de 8,5% e 4,68% nesses respectivos períodos.

Estabilidade

Segundo o estudo do Ipea, embora os dados da PME compreendam apenas regiões metropolitanas, eles anteciparam tendências que ficaram mais claras em outros indicadores sobre a resposta da economia aos planos contra inflação e os impactos de crises internacionais. Como a pesquisa acompanha as mesmas famílias ao longo do tempo, ela permite medir o risco associado aos novos padrões de vida conquistados.

De acordo com o estudo, a probabilidade de cruzar de baixo para cima a mediana de renda de todo o período sobe entre 2002 e 2012. Sai de 18,39% entre 2002 e 2003 para 22% entre 2007 e 2008, cai ligeiramente na crise de 2008 a 2009 e sobe aceleradamente desde então: 25,81% (2009-2010), 27,74% (2010-2011) até culminar em 30,11% entre 2011 e 2012.

Já o risco de decadência, medido pela probabilidade de cruzar a mediana de cima para baixo, vai perdendo força ao longo do tempo. Cai à metade desde os 24,21% observados na recessão de 2002-2003 até os 13,42% registrados em 2007-2008, na véspera da crise. Mesmo depois da crise, essa estatística se estabiliza em um patamar em torno de 12%, chegando a 12,09% entre 2011 e 2012. “Os padrões de vida estão mais sustentáveis do que antes, não só pelo aumento da renda individual do trabalho, mas também pela sua estabilidade”, afirma o presidente do Ipea, Marcelo Neri.

Com informações da Secom

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