Seminário

Autor de ‘Como as Democracias Morrem’ diz no Senado que STF foi a garantia da democracia no Brasil

Randolfe Rodrigues e Humberto Costa ressaltam importância da obra para evitar a ascensão de regimes autoritários

Alessandro Dantas

Autor de ‘Como as Democracias Morrem’ diz no Senado que STF foi a garantia da democracia no Brasil

Presidente do Conselho Editorial, Randolfe recebeu Steven Levitsky

O cientista político norte-americano Steven Levitsky destacou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) diante da tentativa de golpe de estado que culminou com os atos de 8 de janeiro de 2023. Coautor do livro “Como as Democracias Morrem” (junto com Daniel Ziblatt) e professor de Harvard, Levitsky esteve no Senado a convite do Conselho Editorial, presidido pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), para abrir o seminário “Democracia em Perspectiva na América Latina e no Brasil”.

Em comparação com os Estados Unidos, onde as instituições têm sido mais lenientes com Donald Trump, Levitsky afirmou que o Brasil tem reagido com maior firmeza na defesa da democracia. “O que sobressai é a Suprema Corte brasileira, que defendeu a democracia contra os atentados de Bolsonaro”, enfatizou. “Essa é uma diferença crucial em relação aos EUA, com consequências importantes.” 

Durante o encontro, Randolfe Rodrigues questionou se as democracias são resistentes aos surtos autoritários. “A obra de Levitz foi a primeira a dar o sinal de alerta de que, sim, as democracias podem ser destruídas”, afirmou.

O professor de Harvard disse que as democracias ocidentais têm perdido força na promoção de seu modelo político. Ao mesmo tempo, a insatisfação popular, especialmente na América Latina, cresce devido a problemas como violência, crise econômica e corrupção, agravados, pelo papel das redes sociais. Nesse ponto, ele também salientou o papel do STF, que coibiu os abusos das bigtechs. 

Também presente ao encontro, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a obra de Levitsky pode ser considerada um marco na ciência política para a compreensão da democracia. Humberto ressaltou que o livro explica fenômenos recentes, como a ascensão de Donald Trump, que barrou a consolidação dos Estados Unidos como uma democracia multirracial.

Coletânea

Durante o evento, foi lançada a coletânea Democracia Ontem, Hoje e Sempre, composta de quatro livros reeditados pelo Conselho Editorial do Senado: 

– 1964: Visto e Comentado pela Casa Branca, de Marcos Sá Corrêa;

– Sessenta e Quatro: anatomia da crise, de Wanderley Guilherme dos Santos;

– Explode um Novo Brasil – diário da campanha das Diretas, de Ricardo Kostcho; – 1964: Álbum Fotográfico de um Golpe de Estado, organizado por Heloisa Starling, Danilo Marques e Livia de Sá.

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