Bendine: virada já havia sido prevista na CAEPara quem apostava num desempenho ruim da Petrobras no primeiro trimestre deste ano, como diz o ditado popular, deu com os burros n’água. A empresa divulgou o balanço na última sexta-feira (15) exibindo lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, acima das previsões dos ditos especialistas que apostavam um resultado em torno dos R$ 4 bilhões. A produção de petróleo subiu e a empresa terminou com um saldo em caixa de R$ 68,2 bilhões.
O desempenho no primeiro trimestre reflete as palavras do presidente da companhia, Aldemir Bendine, ditas durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), de que as expectativas em relação à empresa serão revertidas e que é necessário dar tempo ao tempo.
O lucro líquido no primeiro trimestre, acima das expectativas de mercado, no entanto, ficou 1% abaixo do lucro obtido no primeiro trimestre de 2014, e isso ocorreu por causa do aumento da despesa financeira líquida. Em outras palavras, a despesa financeira teve impacto da maior depreciação do real em relação ao dólar. No entanto, ao analisar o lucro operacional, constata-se que o resultado de R$ 13,3 bilhões foi 76% maior do que o verificado nos primeiros três meses do ano passado. Isso ocorreu porque a produção de petróleo e gás cresceu e, somado a isso, a empresa teve maiores ganhos na comercialização de derivados e menores gastos com importações.
O EBITDA ajusta do trimestre foi de R$ 21,5 bilhões, um aumento de 50% em relação ao primeiro trimestre de 2014, refletindo tal desempenho pelos aumentos nos preços do diesel e da gasolina em novembro de 2014. O EBITDA ajustado é calculado como sendo lucro ou prejuízo líquido antes do resultado financeiro líquido, imposto de renda e contribuição social, depreciação e amortização, participações minoritárias e equivalência patrimonial. O EBITDA é um dos vários indicadores da saúde financeira das empresas.
O balanço também apontou que os investimentos no primeiro trimestre foram de R$ 17,8 bilhões, 13% abaixo do primeiro trimestre do ano passado. Outros destaques foram o aumento de 11% da produção de petróleo e gás natural, atingindo a média diária de 2,8 milhões de barris. Em abril, vale destacar, a produção de petróleo no pré-sal bateu o recorde, com produção de 715 mil barris por dia.