A bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado comemorou nesta sexta (6) a rejeição de deputados ao voto impresso. A comissão especial da Câmara que analisou a PEC 135/19 derrubou por 23 votos a 11 o parecer do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR).
O líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (RN), destacou a reação do país a mais uma iniciativa absurda do governo federal. “O projeto dos apoiadores ao retrocesso nas urnas eletrônicas foi derrotado. O Brasil está reagindo aos absurdos que bolsonaristas querem enfiar goela abaixo do país. Derrota de Bolsonaro, da milícia e do coronelismo”, celebrou.
Na mesma linha, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) exaltou a resistência e o fortalecimento das forças democráticas. “O voto dos coronéis da República Velha foi derrotado na Câmara. Derrota das milícias, derrota dos coronéis, derrota de Bolsonaro, vitória da democracia! Não ao retrocesso!”, exclamou o parlamentar.
Por sua vez, o senador Humberto Costa (PT-PE) destacou a importância do resultado da votação na comissão especial. “O Brasil está reagindo aos absurdos bolsonaristas cotidianos. Não voltaremos ao período das trevas, como eles querem. Basta!”, afirmou.
Ele celebrou ainda a carta de personalidades de diversas áreas em defesa da urna eletrônica e contra o retrocesso. “Juntos, não deixaremos Bolsonaro terminar de acabar com o Brasil. É preciso dar um basta enquanto há tempo e enquanto vivemos em uma democracia”, disse.
Aprimorar sim, retroceder jamais
Após a rejeição do relatório, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), coordenador da bancada na comissão especial, destacou que não havia outro caminho saudável para a democracia a não ser derrotar o voto impresso.
“Defendemos o voto transparente, mas entendemos que atualmente existem mecanismos de aferição de que o voto do cidadão é respeitado. É sempre possível aprimorar, nisso nós concordamos. O que não concordamos é com o voto impresso”, explicou o petista.
Ao orientar o voto do PT contra a proposta, o deputado Odair Cunha (MG) disse que as mudanças feitas pelo relator na PEC original deixaram o texto ainda pior. “A emenda ficou pior que o soneto. Entendemos que essa proposta torna o sistema mais inseguro, e por isso encaminhamos contra”, disse.
Ao defender o modelo atual de voto eletrônico, Chinaglia ressaltou que em 25 anos de experiência com essa modalidade de voto “nunca houve fraude documentada, nem mesmo suspeição ou indício suficientemente grave para colocar o sistema em dúvida”.
O presidente da Comissão, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), convocou para esta sexta-feira (6) a apreciação do novo relatório com o posicionamento vencedor, contrário à PEC do voto impresso. Ele indicou o deputado Júnior Mano (PL-CE) para elaborar o novo parecer.
(Com informações do PT na Câmara)