“O Governo acabou”, reafirmou o líder da Bancada do PT, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), no plenário do Senado Federal, comentando a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Temer. “Nós não podemos dar ares de normalidade ao que está acontecendo no País”, advertiu Lindbergh cobrando a suspensão da votação das reformas trabalhista e previdenciária. “Temos que restabelecer a democracia, com o voto popular, com alguém sendo eleito pelo povo, para ter força para tirar o País desta crise econômica gigantesca”.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE) e líder da Oposição, Michel Temer (PMDB) perdeu o tênue fio de governabilidade que lhe restava. “É visível o desconforto de muitos senadores em apoiar uma matéria patrocinada por um governo engolido pela corrupção”, diz Humberto, referindo-se às reformas. “Os brasileiros estão sendo rifados para que sejam atendidos interesses pessoais. É um absurdo sem precedentes”, alertou o senador. Para Humberto, as reformas do presidente não eleito no Congresso Nacional serão sepultadas de vez.
O senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que, se o Congresso não der autonomia ao Supremo Tribunal Federal (STF) para processar o presidente, “correrá o risco de ser acusado de obstrução de justiça e de conivência com um crime”. O parlamentar destacou também que mesmo a votação sendo somente na Câmara, o Senado não tem condições de trabalhar normalmente no momento pelo qual passa o país. Viana também defendeu a suspensão de todas as propostas de reforma enviadas pelo governo, em tramitação nas duas Casas.
“Além de ser taxado como golpista e contra os trabalhadores, o presidente da República conseguiu algo inédito no Brasil. Temer conseguiu, em menos de um ano de mandato, organizar uma quadrilha criminosa, fazer obstrução da justiça e ser o primeiro presidente no exercício do mandato a ser denunciado por corrupção”, afirmou a senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Segundo ela, o povo brasileiro espera que a Câmara dos Deputados acolha a denúncia da PGR. “Se a Câmara livrar a cara do presidente da República, será um suicídio político, com consequências dramáticas para o Brasil”.
“Nós não podíamos estar discutindo qualquer outra matéria, muito menos as reformas, que retiram direitos dos trabalhadores”, sintetizou a senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR). “É o “resultado do golpe de 2016: deixar o País nas mãos do único Presidente denunciado por corrupção”, disse Gleisi, citando nota da presidenta Dilma. Gleisi lembrou que a “grande mídia, PSDB, adeptos do Pato Amarelo conheciam a conduta do grupo que assaltou o Planalto e são responsáveis diretos por sua ascensão.”