É com profunda dor que a Bancada do Partidos dos Trabalhadores no Senado recebe a triste notícia da morte de Hebe de Bonafini, presidenta e fundadora da “Asociación Madres de Plaza de Mayo”, e lutadora incansável pelos direitos humanos.
No momento mais sofrido e tenebroso da ditatura militar argentina, naquela noite sem fim de torturas e mortes, Hebe de Bonafini, mãe de filhos covardemente assassinados, acendeu a pequena luz de esperança que, anos depois, se converteria no amanhecer da democracia.
Tudo começou ali, nas manifestações silenciosas e acanhadas da Plaza de Mayo. A dor se converteu em amor e luta. Uma luta guiada pela esperança e pela certeza de se estar no lado certo da História. A luta que transformou a Argentina e inspirou o mundo.
Hebe de Bonafini perdeu seus filhos, mas ao levar sua maternidade ferida para as ruas, ela se converteu na mãe dos trinta mil mortos da ditatura. Na mãe dos direitos violados. Na mãe dos filhos e netos roubados de suas autênticas famílias. Na mãe de todos os que sofriam.
Dessa “maternidade socializada”, como ele dizia, nasceu a filha mais bela, a democracia.
Para o Brasil, Hebe de Bonafini também foi uma luz, uma guia. Sua luta tocante, de profunda humanidade, sempre nos inspirou. Por isso, nesse momento nos sentimos também órfãos, como todas as argentinas e todos os argentinos.
Hebe de Bonafini afirmou que, apesar de sua tragédia pessoal, teve uma vida feliz. Uma felicidade colhida no amor ao próximo e na luta pelos direitos, pela justiça e pela democracia. E nós ficamos muito felizes por ela ter existido.
Até sempre, Hebe! Muito obrigado!
Senador Paulo Rocha
Líder do PT no Senado