Delcídio do Amaral (MS), Wellington Dias (PI), Lindbergh Farias (RJ) e Jorge Viana (AC) são unânimes em afirmar que a política econômica conduzida pela presidenta Dilma está no rumo certo porque é plenamente possível associar o combate à inflação e o incentivo ao crescimento da economia.
“Nós temos compromisso com o futuro e o futuro é crescer”, diz Delcídio – O site da Liderança do PT no Senado perguntou aos senadores qual é a avaliação que fazem desse momento econômico do País, com o Banco Central dando continuidade à queda dos juros, a inflação convergindo para o centro da meta – que é de 4,5% ao ano – e o Ministério do Trabalho anunciando a geração de 2 milhões de empregos de janeiro a setembro.
Segundo Delcídio, o Banco Central está agindo de maneira correta ao adotar uma marcha gradual de redução da Taxa Selic, utilizada de parâmetro nas operações de crédito e de investimentos, porque para cada ponto percentual a menos há uma redução de R$ 11 bilhões no total da dívida interna do País.
“Essas medidas são acertadas porque a inflação também não vai subir. A economia mundial passa por um processo de crescimento reduzido e as cotações dass commodities – agrícolas e minerais – que meses atrás foram responsáveis pelos processos inflacionários, com o desaquecimento da economia global tendem a cair mais e vão contribuir para a inflação recuar”, afirmou.
Para Delcídio, independentemente da retração econômica na Europa e nos Estados Unidos, a tendência é o Brasil continuar recebendo investimentos diretos principalmente porque é uma das poucas nações que têm um mercado interno vigoroso. “Mais do que nunca, é fundamental garantir segurança jurídica em setores importantes da economia para que a gente permaneça crescendo. O Brasil é a bola da vez e agora nós estamos nos consolidando como um dos países mais importantes do mundo; daí ter o cuidado para não perder todo o esforço feito ao longo de vários anos”, observou.
“Temos que ousar e ter uma redução mais arrojada dos juros”, diz Wellington – O senador Wellington Dias (PT-PI) também comemorou a queda de meio ponto percentual da taxa de juros anunciada ontem pelo Banco Central e da inflação (IPCA) relativa à primeira prévia de outubro, que ficou em 0,42%.
Para ele, a Taxa Selic exerce um impacto sobre a sociedade porque determina o piso dos juros que serão cobrados dos consumidores quando compram um produto e parcelam o pagamento ou quando as pessoas vão fazer investimentos nos bancos. “É por esta razão que a Taxa Selic tem uma influência decisiva, mas mesmo assim considero que temos uma vergonhosa posição de ter a taxa de juros mais elevada do planeta. Por isso, temos que ousar e apresentar uma redução mais arrojada”, disse o senador.
Wellington Dias acredita ser possível que o Brasil reduza os juros até 8% ao ano, principalmente pela conjuntura econômica mundial que apresenta sinais de retração. “Reduzir mais do que 8% ao ano poderia ser mais complicado, porque outros mercados oferecem opções aos investidores com juros nesse patamar”, afirmou.
Quanto à inflação, o senador considera que não se deve criar um ambiente e muito menos ter uma esquizofrenia em relação aos índices de preços. Se a inflação ficar num patamar de um dígito e diante da conjuntura que o País está vivendo, na avaliação de Wellington Dias, está de bom tamanho. “Eu prefiro um ponto a mais de inflação se for em troca de um ponto a menos nas taxas de juros. Não só porque um ponto a menos de juros corresponde a mais de R$ 10 bilhões de dinheiro que pode ir para investimento de interesse da sociedade, sinalizando crescimento econômico e significa um ponto a mais na geração de empregos”, enfatizou.
Para Lindbergh, equipe econômica está no caminho certo- O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acredita que o Banco Central poderia ter ido um pouco mais adiante e ter baixado a Taxa Selic não apenas em 0,5%, mas algo em torno de 0,75% ou 1%. “De qualquer forma, estamos no caminho certo”, disse.
Lindbergh acha que a influência da retração econômica mundial no Brasil é um fato e é necessário se preocupar com o comportamento dos indicadores econômicos para o ano que vem. “A desaceleração que ocorreu em agosto não foi só pela crise internacional. Com o perigo da inflação no começo do ano nós aumentamos os juros e tivemos de adotar medidas prudenciais e um controle fiscal muito forte. Por isso não podemos perder a atenção, já que a agenda do País agora é retomar o crescimento”, afirmou.
“Inflação é o pior inimigo dos ganhos da classe trabalhadora”, afirma Jorge Viana- O governo da presidenta Dilma e o Banco Central, na opinião do senador Jorge Viana, estão usando o bom senso quando reduzem as taxas de juros porque favorecem o crescimento, enquanto que a inflação se apresenta como o pior inimigo dos ganhos econômicos obtidos pela classe trabalhadora. “O mundo está de cabeça para baixo. A Europa está numa crise profunda e os Estados Unidos não conseguem sair da crise de 2008, enquanto o Brasil que tem um mercado com uma dinâmica fantástica, corre o risco de ter inflação. Então, combater a inflação é prioridade zero”, ressaltou.
Segundo Jorge Viana, neste momento a ação de combater a inflação não está diretamente vinculada com o aumento da taxa de juro, porque com o acirramento da crise mundial houve melhor equilíbrio entre consumo e produção no Brasil. Mesmo assim, considera que o Brasil não pode continuar sendo reconhecido como a nação recordista da taxa de juro mais alta do planeta. “Nós queremos aproveitar a fase de crescimento para promover o desenvolvimento social, a distribuição de renda e criar uma ação permanente de investimentos, contrariando o discurso dos neoliberais de que isso nunca seria possível, crescer, gerar empregos, distribuir renda e combater a inflação”, enfatizou.
Marcello Antunes
Ouça o senador Delcídio do Amaral (PT-MS)
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Ouça o senador Wellington Dias (PT-RJ)
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Ouça o senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
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Ouça o senador Jorge Viana (PT-AC)
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