Banco Mundial destaca em evento no Rio combate à pobreza extrema pelo Brasil

Os participantes, 250 pessoas que representam 50 países, poderão visitar comunidades onde estão em andamento ações dos programas governamentais para melhoria das condições de vida da população

Para Tereza Campelo, sucesso tem a ver
com vontade política e simplicidade

A experiência brasileira para redução da miséria está no foco do Fórum de Aprendizagem Sul-Sul 2014: Desenhando e Implementando Sistemas de Proteção Social e Trabalho, evento que é uma iniciativa do Banco Mundial para debate e divulgação de boas práticas em programas sociais. O participantes terão a oportunidade de conhecer, in loco, durante esta semana, programas que possibilitaram a redução da pobreza e da desigualdade, a melhoria das condições de saúde, de educação, de renda e a inserção no mercado de trabalho.

Segundo a diretora do Banco Mundial para o Brasil, América Latina e Caribe, Deborah Wetzel, os resultados brasileiros em programas de transferências de renda foram decisivos para a escolha do Brasil para sediar o Fórum de Aprendizagem Sul-Sul 2014. “O MDS fez um trabalho extraordinário no desenvolvimento e controles dos seus programas sociais, implementando uma estrutura com a colaboração estadual e municipal”, disse.

Até sexta-feira (21), 250 pessoas de 50 países da África, Ásia, Oriente Médio, América Latina e Europa Oriental debaterão suas experiências na luta contra a pobreza extrema e procurarão responder à seguinte pergunta: como sistemas de proteção social e trabalho, sustentáveis e inclusivos podem ser desenhados e implementados em contextos econômicos e demográficos desafiadores? Será também dada atenção especial aos instrumentos de prestação de serviços.

Além do debate, os participantes irão fazer visitas de campo para conhecer os beneficiários do Bolsa Família em comunidades da cidade do Rio de Janeiro (Rocinha, Vidigal e Alemão) e nas cidades fluminenses de Búzios, Magé e Saquarema. Na sexta-feira (21), será lançado o World Without Poverty (WWP), uma plataforma com informações sobre superação da pobreza que tem o MDS como o coordenador das ações.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, afirmou que a vontade política e simplicidade são fundamentais para o Brasil lidar com o problema. “Não se enfrenta a pobreza sem política social, como também sem uma liderança política. E nós conseguimos unir as duas coisas nesses últimos 10 anos. O sucesso brasileiro reside em desenvolver modelos simples de programas que chegam as pessoas mais pobres”, disse na segunda-feira (17), durante participação no fórum.

Tereza Campelo informou que, hoje, mais de 14 milhões de famílias são beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, ou seja, mais de 50 milhões de pessoas recebem recursos do programa. Desse total, 16 milhões são crianças que estão em salas de aula, indivíduos que antes estavam sujeitos à exploração do trabalho infantil. Ainda, segundo a ministra, os programas brasileiros reduziram a mortalidade infantil decorrente da diarreia em 46% em 38% os óbitos resultantes da desnutrição. “Nas escolas, nossas crianças estão conseguindo acompanhar os estudos, com redução na repetição e na evasão escolar”, destacou.

Porém, não é apenas na área social que os avanços são observados. Tereza Campello lembrou que a economia também se desenvolveu com a redução da miséria no Brasil. De acordo com ela, a cada dólar investido no programa, retorna US$ 1,78 para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “O governo brasileira ainda desenvolveu a política de valorização do salário mínimo, que resultou em um aumento de mais de 70% acima da inflação apurada nos últimos anos”, destacou.

O secretário Nacional de Renda de Cidadania do MDS, Luis Henrique Paiva, destacou a história da assistência social no Brasil. Segundo ele, o modelo anterior à década de 90, concentrado na linha de benefício da previdência social, ajudou a concentrar a renda no Brasil e não resolveu o problema. “A partir dos anos 90, iniciamos essa luta e temos um salto nas décadas seguintes. Conseguimos, no Brasil, reverter essa situação. Mas temos muito a fazer”, disse.

Do site do PT Nacional, com informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

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