Foto: Marcello Antunes08 de novembro|14:39
Marcello Antunes
O deputado federal Expedito Netto, do PSD de Rondônia, filho do ex-senador Expedito Filho, sofreu uma violência parlamentar na manhã desta terça-feira (8), cometida pelos senadores e deputados da base de Michel Temer. Motivo: o deputado pediu vista ao relatório da MP 741 que faz mudanças no Fies – Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior. “Peço vista”, disse ele, enquanto o relator da matéria, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), lia o texto.
O bullying contra Expedito é explicado porque a base aliada de Temer e seu governo titubeou, não prestou atenção no andamento da matéria e a validade da MP 741 acaba na sexta-feira. Logo, a base de Temer fará de tudo para incluir na pauta do plenário do Senado até amanhã.
A ex-líder do governo Temer no Congresso, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), tentou convencer o deputado, para que não pedisse vista. “Vamos conversar ali na sala”. O ex-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), foi direto. “Faço um apelo para o senador Expedito”, insistiu, promovendo o deputado a senador. Um assessor da Presidência da República, presente na sala, tentou seduzi-lo dizendo que o “presidente Michel” quer falar. Outro, tentou transferir o celular para o deputado. Era o ministro da Educação, Mendonça Filho.
“Não aceito falar com o presidente Michel Temer. E não vou falar com o ministro que é deputado que nem eu”, disse Expedito Netto. O motivo de sua indignação era por um motivo simples: o relatório com as mudanças no Fies, na sua forma de rentabilizar os institutos, só se tornou conhecido minutos antes do início da comissão.
E por fim a pressão da base de Temer sobre Expedito parece ter dado resultado. A MP foi aprovada depois de quase uma hora, após uma conversa a sós entre Expedito, Raupp, Rose de Freitas e Ataídes.