A reportagem “BB vira gestor de obra pública e faz aeroportos e silos”, do jornal Valor Econômico desta segunda-feira, confirma: o principal banco público brasileiro foi escolhido pelo governo pelo profundo conhecimento na avaliação e gerenciamento de riscos de obras de infraestrutura. Por essa razão, também administrará obras de infraestrutura como a construção e reforma de 270 aeroportos regionais, 90 armazéns para produtos agrícolas e 26 casas de apoio a mulheres vítimas de violência. No período de vigência dos contratos, as comissões poderão render cerca de R$ 300 milhões.
Segundo o jornal, a própria presidente Dilma determinou ao presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, que gerisse a modernização de aeroportos para ampliar a malha de voos regionais do País; em seguida, adicionou a tarefa de construir silos e as Casas da Mulher. Cada um desses segmentos, originalmente, ficariam sob a responsabilidade das secretarias nas quais têm relação com o projeto: aeroportos regionais com a Secretaria de Aviação Civil, armazéns com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e as casas com a Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Acontece que essas secretarias e a Conab têm estruturas enxutas e sem especialização na gestão de projetos. O BB foi escolhido, entre outras coisas, por sua reputação. Apenas no setor de licitações, 457 profissionais estão envolvidos e, além disso, o banco conta com 480 engenheiros. Recentemente, 20 profissionais dessa área receberam treinamento especial no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). São eles que vão tocar o projeto de infraestrutura nos aeroportos. O banco deverá receber uma remuneração de R$ 239 milhões pelo trabalho, que consiste desde a fase de seleção para elaboração dos projetos até a construção de terminais, reforma e ampliação de pistas, incluindo mobiliário.
Com a Conab, o BB será remunerado com R$ 33 milhões, tendo por responsabilidade reformar 80 armazéns e construir dez novos. “Um dos princípios do Banco do Brasil é que todas as suas atividades sejam remuneradas”, disse ao Valor o vice-presidente de agronegócios do BB, Osmar Dias. O projeto para a Conab tem um custo total de R$ 500 milhões, dos quais R$ 150 milhões para modernizar e ampliar 80 armazéns já existentes e os R$ 350 milhões restantes para construir 10 grandes armazéns.
Com informações do Valor Econômico