Ministro das Comunicações detalha fornecimento |
Acompanhando os preparativos finais para a Copa do Mundo, os senadores reuniram-se, nesta terça-feira (27), com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para conhecer os esforços empreendidos para garantir o fornecimento de telefonia celular e internet banda larga durante os jogos. Por quase duas horas, Bernardo respondeu questionamentos de parlamentares das comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, e Fiscalização e Controle (CMA), de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Serviços de Infraestrutura (CI).
Com a estimativa de que 500 milhões de pessoas devem assistir à abertura da Copa ao redor do mundo e mais de 1 bilhão pessoas serão atraídas no encerramento, a Fifa elencou, entre as exigência para a realização do campeonato, a necessidade de oferecer transporte de áudio e vídeo para os torcedores nos estádios. Além disso, destacou o senador Aníbal Diniz (PT-AC), “o Brasil assumiu o compromisso de dar internet e cobertura celular para a imprensa”.
Tranquilizando os senadores, Paulo Bernardo garantiu que os serviços de telecomunicações serão oferecidos, apesar do atraso das obras de alguns estádios terem impactado na finalização da estrutura necessária. “Há estádio ficando pronto agora. Não tem como colocar o serviço e dar como acabado, se o estádio não está pronto, porque alguém pode danificar uma fibra. As empresas são obrigadas a instalar antenas de internet 2G, 3G e 4G em todos os estádios. E isso está resolvido em todos”, afirmou o ministro.
Bernardo lembrou que alguns problemas ocorreram por conta da própria Fifa, que, por exemplo, alterou o local do centro de imprensa no Rio de Janeiro. “Tivemos que fazer outra construção e correr atrás. Mas os centros de imprensa, de concentração de seleções e o quartel-general da direção da Fifa já estão com tudo resolvido”, frisou.
Para além do cumprimento das exigências da Fifa, Paulo Bernardo ressaltou que a Copa contribui para adiantar parte da ampliação da infraestrutura de telecomunicações no Brasil. Ficam como legado a estrutura de transmissão dos jogos de R$ 87 milhões da Telebrás e as redes de fibra ótica interligando as 12 cidades-sede. “O Brasil sai mais preparado em termos de telecomunicações depois desse evento”, garantiu.
Falta acordo
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), em audiência no Senado Federal na última terça-feira (20), destacou a falta de acordo para a instalação de rede wi-fi em seis estádios: São Paulo, Curitiba, Recife, Fortaleza, Natal e Belo Horizonte. A informação foi confirmada pelo ministro, que ainda assumiu o risco do sinal de internet e celular ficar ruim durante as partidas, mesmo com as antenas de internet 2G, 3G e 4G já instaladas.
“Vai ficar lento, são milhares de pessoas usando o serviço, enviando fotos ao mesmo tempo”, elucidou Paulo Bernardo. “A exemplo do que acontece com o Sírio em Belém, com o réveillon no Rio de Janeiro. Se você põe uma multidão lá no lugar, o serviço vai ficar lento”, completou.
O senador Zezé Perrela (PDT-MG), presidente da CCT, cobrou intervenção do Ministério das Comunições nas negociações entre as operadoras de telefonia e os administradores das arenas. “É um absurdo, a gente deixar de ter wi-fi por causa de R$ 10 mil [no caso do estádio de Belo Horizonte]. É preocupante deixar de fazer acordo por uma mixaria de dinheiro”, disse Perrela.
O ministro esclareceu que não há legislação que obrigue os estádios a instalarem wi-fi e que não cabe ao poder público mediar a negociação porque é um “assunto privado”. “São duas empresas discutindo quem vai pagar mais ou menos”, observou Bernardo. “Seria como dizer: ‘olha, a gente quer alugar a sua casa, mas o governo quer que seja assim’. Seria pouco efetivo, com toda franqueza”, completou.
Nos aeroportos, a Infraero também tem criado dificuldades para instalação de serviços de telefonia. De acordo com Bernardo, a estatal cobrou pela instalação das redes de internet 3G e agora quer receber pelo 4G. Como no caso dos estádios, o ministério não pode intervir, apesar de considerar importante um acordo para garantir o serviço aos clientes.
Catharine Rocha
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