Mangueirense, botafoguense, cantora, sambista, engajada politicamente, Beth Carvalho morreu nesta quarta-feira (30), apenas cinco dias antes de completar 73 anos, de causas ainda não divulgadas. Ela estava internada desde o início do ano no Hospital Pró-Cardíaco, no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Parte com cinco décadas de carreira e responsável pelo lançamento de nomes como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão e Almir Guineto, além do grupo Fundo de Quintal.
“O ambiente em casa sempre foi muito musical. Minha vó tocava violão e bandolim. Meu pai adorava cantar, era um homem moderno, me deu discos de João Gilberto e Dorival Caymmi. Minha mãe adorava ópera e cantava músicas do Orlando Silva”, contou Beth em entrevista à Revista do Brasil em 2011 (confira ao final do texto). Ela explicou as origens de seu ativismo político, que também veio do berço.
“Meu pai era de esquerda, foi perseguido pela ditadura, era varguista, brizolista, janguista e também admirava muito o (Luiz Carlos) Prestes. Minha mãe sempre estava do lado dos pobres. Esse era o ambiente em casa, boa música e política de esquerda”, contou Beth. O posicionamento político, sempre aberto, foi demonstrado mais uma vez no ano passado, quando a sambista gravou Lula Livre, de Claudinho Guimarães, pedindo a liberdade para o ex-presidente.