Reparando uma injustiça

Beto Faro apresenta solução para pagamentos do Seguro Defeso

Possibilidade de acúmulo de benefícios do Bolsa Família e do Seguro Defeso havia sido suspensa pelo governo anterior. Sugestão do senador paraense foi acatada pelo relator da MP na comissão mista
Beto Faro apresenta solução para pagamentos do Seguro Defeso

Foto: Alessandro Dantas

A Pesca Artesanal no Brasil é responsável pelo sustento de centenas de milhares de famílias, em especial na Amazônia. No entanto, a realidade desta população tornou-se mais desafiadora quando, a partir de 2022, houve a suspensão de um benefício que muito ajudava esta classe.

Ocorre que a Portaria 746/2022 do antigo Ministério da Cidadania, que regulamenta a Lei nº 14.284, de 2021, determinou a suspensão de benefícios no caso de recebimento do Seguro Defeso pelo Bolsa Família (antes, Auxílio Brasil).

O Seguro Defeso é uma renda recebida pelo pescador durante o tempo que está impedido de realizar a pesca no período de reprodução dos peixes, portanto, é uma compensação financeira durante uma curta temporada.

Em uma articulação com o relator da Medida Provisória 1164/2023 (MP do Bolsa Família), deputado Doutor Francisco (PT-PI), os parlamentares paraenses conseguiram a reparação do não pagamento do benefício para pescadoras e pescadores que recebem o Seguro Defeso.

Em um dos encontros, o senador Beto Faro (PT-PA) destacou o fato de que, durante muito tempo, os pagamentos dos dois benefícios eram independentes. Mas, portaria do último governo, impediu o pagamento dos benefícios cumulativamente.

A falta do pagamento conjunto afeta, e muito, centenas de famílias, por inúmeros motivos. Isso também acaba prejudicando a economia do Pará e de outros estados.

Para o senador Beto Faro, a suspensão do pagamento do Bolsa Família causava uma série de problemas.

“Em milhares de situações, quando realizado o cadastro do Bolsa Família, a família tinha uma composição, e por vezes, acontece a separação do casal, o que gera altos custos para a documentação, impedindo a regularização do estado civil e mantendo o cadastro sem atualizações”, disse.

“Como os programas de transferência de renda, em geral, tem como titular a mulher, e o Seguro Defeso tem como titular o homem, ocorre que a mãe solo ficava sem o Bolsa Família durante o período que o homem recebe o Seguro Defeso, ainda que não sejam mais a mesma família, prejudicando muito a condição destas mulheres e das crianças”, relatou o senador.

Vale destacar que o Programa Bolsa Família e o Seguro Defeso foram instituídos em 2003. Somente no ano de 2022 houve a vedação para a cumulatividade dos benefícios, o que revela uma iniciativa peculiar do antigo Ministério da Cidadania, em desconformidade com o histórico dos programas.

Na tarde desta quarta-feira (10), o relatório que institui o novo Bolsa Família foi aprovado na Comissão Mista que debatia a MP. Agora o texto segue para a análise do plenário da Câmara dos Deputados e, em seguida, do Senado Federal.

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