Alessandro Dantas
Senador Beto Faro pretende levar preocupações ao governo federal
Um levantamento feito pela assessoria legislativa do senador Beto Faro (PT-PA) aponta uma mudança expressiva na produção agrícola nas últimas 3 décadas, refletindo transformações no uso da terra. Dados comparativos entre 1990 e 2023 mostram uma forte redução na área plantada com arroz e mandioca, especialmente na Amazônia e no Nordeste.
O arroz, por exemplo, perdeu espaço. A área cultivada no país encolheu de 8,3 milhões de hectares em 1990 para 3 milhões em 2023. Na Amazônia, o recuo foi ainda mais acentuado: de 1,44 milhão para apenas 372 mil hectares. No Nordeste, a retração seguiu a mesma tendência, passando de 1,22 milhão para 156,4 mil hectares.
O cultivo de feijão também diminuiu, embora em ritmo mais moderado. Na Amazônia, a área plantada passou de 350,8 mil para 287,7 mil hectares. No Nordeste, a queda foi mais expressiva, de 2,69 milhões para 1,35 milhão de hectares.
A mandioca, tradicionalmente uma cultura de grande peso regional, também sofreu recuos significativos. Na Amazônia, a área cultivada caiu de 535,4 mil para 458,2 mil hectares. No Nordeste, a redução foi ainda mais drástica: de 1,2 milhão para 432 mil hectares.
O senador Beto Faro quer chamar a atenção do Governo Lula para esses números, por entender que essas mudanças refletem um processo mais amplo de reconfiguração da agricultura brasileira, marcado pela expansão de outras culturas, mecanização e novos padrões de uso da terra.
“Os números são preocupantes, pois essa redução da área plantada de produtos básicos como feijão, arroz e mandioca no Norte e Nordeste afeta em cheio nossa alimentação básica e pode resultar em escassez alta nos preços e peso no orçamento doméstico. Vamos levar essa preocupação ao presidente Lula e discutir uma solução para esse problema. O Brasil precisa ampliar a produção de alimentos já”, aponta o senador.
